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Sapatos podem ser condutores de doenças, alerta enfermeira do HGE

12/07/2017
Sapatos podem ser condutores de doenças, alerta enfermeira do HGE

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Existem micro-organismos em todos os lugares e os sapatos não estão livres deles. Isto é fato! A maioria não costuma causar doenças. No entanto, existem aqueles vírus e bactérias que podem acarretar doenças, principalmente, em crianças menores de dois anos. Por esta razão, a enfermeira do Serviço de Controle de Infecções do Hospital Geral do Estado (HGE), Rosângela Cavalcante, alerta que o hábito de tirar os sapatos antes de entrar em casa é recomendado.

Ela salienta que esse gesto deve ser adotado, principalmente, em residências em que vivem bebês, pois eles costumam engatinhar com as mãos no chão e depois levá-las à boca. Isso porque, segundo a enfermeira do Serviço de Controle de Infecções do HGE, é possível encontrar mais de 400 mil tipos de bactérias nos sapatos.

“A maioria delas causa grande desconforto intestinal, vômitos e diarreias. Imagina uma criança que coloca tudo na boca circulando em uma casa que os sapatos não ficam na porta? Um perigo. Por isso, quanto menos sujeira levarmos para dentro de casa, menor a chance de sermos contaminados”, orientou.

A bactéria mais comum encontrada na sola dos sapatos é a Escherichia Coli, que pode causar diarreia, infecção urinária, doença respiratória e até pneumonia. Também é possível encontrar Clostridium difficile, bacilo responsável por doenças gastrointestinais e quantidades relevantes das bactérias responsáveis pelas infecções do sistema urinário, pneumonias e outras doenças dos tecidos moles e das feridas abertas. Já a S. marcescens pode causar conjuntivite, queratite e, em casos mais raros, meningite e endocardite.

“O simples ato de não entrar no ambiente do lar com os sapatos utilizados no trabalho ou passeios pode ajudar a deixar a sujeira do lado de fora. Principalmente para quem trabalha na área da saúde. Também é importante lavar as mãos sempre que possível e, se você tiver um animal de estimação, limpar as patinhas depois de passear. Esses são gestes higiênicos, acima de tudo!”

Rosângela evidencia que as probabilidades de infecções por bactérias dos sapatos existem, mas não são alarmantes. Elas acontecem com o contato direto com a boca ou com alguma ferida aberta. “O organismo saudável possui defesas para combater as bactérias. Assim sendo, não precisa de pânico. É aconselhável evitar os riscos adotando medidas simples como a de tirar os sapatos antes de entrar em casa, assim como lavá-los frequentemente com água e sabão”, aconselhou.

Entre outras dicas para reduzir a quantidade de sujeira nas residências, a enfermeira recomendou montar um cantinho na entrada de casa, assim ele se tornará um lembrete de que os sapatos devem ser deixados ali, antes de entrar. Também é interessante deixar a disposição chinelos para quem não se sente a vontade quando descalço.

“A despeito de fungos, vírus e bactérias, o hábito evita trazer sujeiras da rua, em especial em dias de chuva porque é interessante notar que, nesses dias, temos este cuidado mais direcionado, talvez porque vemos a sujeira, a lama, o molhado. A escolha, portanto, tende a ficar a critério de cada um de acordo com hábitos, preferências e contextos, além da disposição para limpar o chão”.

Os cuidados para os profissionais que trabalham na área de saúde, sobretudo os do ambiente hospitalar devem ser redobrados, além dos sapatos, a vestimenta deve ser tratada de forma especial. “Os sapatos devem ser todos fechados, até porque eles cuidam de pacientes e estão sujeitos a vômitos, perda de fluidos, entre outras fatalidades. A NR32 deve ser cumprida para o bem do paciente, dos profissionais e daqueles que tenham contato com eles, em suas residências”, lembrou Rosângela Cavalcante.