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Tillerson pede sanções à Coreia do Norte e defende que ‘todas as opções’ devem estar disponíveis para responder ao país

28/04/2017
Tillerson pede sanções à Coreia do Norte e defende que ‘todas as opções’ devem estar disponíveis para responder ao país

O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, afirmou nesta sexta-feira (28) diante do Conselho de Segurança da ONU que “todas as opções devem permanecer sobre a mesa” contra a Coreia do Norte, que poderia, segundo ele, realizar “um ataque nuclear” contra a Coreia do Sul e o Japão, ou até mesmo os Estados Unidos.

“A ameaça de um ataque nuclear norte-coreano contra Seul ou Tóquio é real, e é provavelmente uma questão de tempo antes que a Coreia do Norte desenvolva a capacidade de atingir o território dos Estados Unidos”, declarou Tillerson, que preside uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

“Todas as opções em resposta a futuras provocações devem permanecer sobre a mesa”, insistiu o chefe da diplomacia americana.

Neste contexto, Tillerson pediu que a China exerça sua influência econômica sobre a Coreia do Norte.

“Dada a crescente ameaça, chegou o momento de que todos façamos nova pressão sobre a Coreia do Norte”, disse o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, em discurso no Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas.

Tillerson defendeu, entre outras coisas, que todos os países suspendam ou reduzam suas relações diplomáticas com a Coreia do Norte e aumentem seu “isolamento financeiro” com novas sanções, incluindo mais restrições comerciais.

Ele lembrou a especial responsabilidade que a China tem, que representa 90% do comércio norte-coreano, e confiou em que Pequim tome novas medidas.

Entre outras coisas, pediu à comunidade internacional que suspenda o fluxo de trabalhadores norte-coreanos ao exterior e se proíbam ao país certas importações, especialmente de carvão.

Além disso, Tillerson advertiu de que os EUA estão dispostos a sancionar entidades e indivíduos de países que apoiem as “atividades ilegais” da Coreia do Norte.

 

China

 

Por sua vez, o ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse ao Conselho de Segurança que “não está nas mãos” do país a chave para resolver o tema. “A China não é o ponto principal do problema na península (coreana). A chave para resolver a questão nuclear na península não está nas mãos do lado chinês”, afirmou.

Yi também pediu à Coreia do Norte para acabar com as atividades de desenvolvimento nuclear e de míssil, e advertiu todos os envolvidos de que “o uso da força não resolve diferenças e só vai causar desastres ainda maiores”.

Ele também disse que o remanejamento de um sistema antimíssil dos Estados Unidos na Coreia do Sul “sabota seriamente” a segurança estratégica da China e prejudica a confiança entre os envolvidos na questão da Coreia do Norte.

 

Rússia

A Rússia afirmou que a Coreia do Norte não deixará seu programa nuclear enquanto for ameaçada pela presença militar dos Estados Unidos na região e se mostrou totalmente contrária ao uso da força contra o país asiático.

“Todos devem saber que a Coreia do Norte não renunciará às armas nucleares enquanto houver uma ameaça direta contra sua segurança. E isso é precisamente o que os norte-coreanos enxergam nas manobras militares a grande escala dos Estados Unidos”, disse o vice-ministro russo de Assuntos Exteriores, Guennadi Gatilov.

O responsável russo insistiu que a presença americana no Extremo Oriente, incluído o escudo antimísseis que começou a desdobrar na Coreia do Sul, escava o “equilíbrio militar” na região e é um elemento de “desestabilização”.

Gatilov deixou claro que seu país condena as provocações norte-coreanas, mas insistiu que a possibilidade de usar a força contra o país asiático é “inaceitável”.

“A retórica combativa junto com uma posição de força insensata levou o mundo a se perguntar se vai haver ou não a guerra”, lamentou.