“Os privilégios e imunidades são dados ao pessoal de todas as agências da ONU no exercício de suas funções, independentemente de se a sede da agência especializada está dentro ou fora da Suíça”, segundo uma nota dos especialistas legais.

Essa nota foi lida à imprensa pela diretora de Informação das Nações Unidas em Genebra, Alessandra Velluci, que não quis comentar o procedimento de contratação de Heredia, que exercerá o cargo em Genebra de funcionária da FAO.

De maneira geral, as agências especializadas da ONU contam com funcionários nas sedes centrais da organização, localizadas em Nova York e em Genebra, e sua missão é de comunicação e coordenação de atividades.

No caso de Genebra, a imunidade e privilégios são dadas aos funcionários das agências especializadas conforme a um acordo assinado entre a ONU e a Confederação Helvética, como país anfitrião.

Apesar de várias perguntas da imprensa, Velluci não quis comentar “o método de escolha do pessoal” da FAO, nem se conhecia precedentes de pessoas contratadas na categoria de diretor -que corresponderia a Heredia- sem experiência prévia em organizações internacionais ou dentro do sistema das Nações Unidas.

Heredia, esposa do ex-presidente peruano Ollanta Humala (2011-2016), é investigada em seu país por suposta lavagem de ativos e sua contratação pela FAO gerou um escândalo político no Peru.

Nesta semana, o governo peruano apresentou um protesto formal perante o diretor-geral da entidade, José Graziano, por essa decisão, enquanto o Congresso aprovou por unanimidade uma moção pedindo à FAO que deixe sem efeito a designação.