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Mais de seis mil espigas de milho serão colhidas no sistema prisional

03/06/2016
Mais de seis mil espigas de milho serão colhidas no sistema prisional
Trabalho na horta do sistema prisional tem gerado economia para o Estado e fortalecido a política de ressocialização com os reeducandos (Foto: Ascom)

Trabalho na horta do sistema prisional tem gerado economia para o Estado e fortalecido a política de ressocialização com os reeducandos (Foto: Ascom)

Luciano de Oliveira está preso e não poderá aproveitar o São João junto com sua esposa. No entanto, o reeducando poderá sentir um gostinho especial desse período através do esforço do seu trabalho na horta do sistema prisional. Recentemente, ele se juntou aos outros 34 custodiados que trabalham com o plantio e cultivo de diversos alimentos, dentre esses o milho – que faz parte da tradição junina.

Em março foram plantadas sementes de milhos transgênicos na horta e até o São João serão cultivadas mais de seis mil espigas de milho. Os alimentos serão consumidos pelos reeducandos e servidores do sistema prisional. Além do milho, destaque para a produção de batata e macaxeira, com mais de três mil quilos colhidos semanalmente. Entre maio e julho a produção deverá aumentar, chegando a mais de trinta toneladas dessas raízes.

Os trabalhos realizados na horta ocorrem entre segunda e sexta-feira, das 8h às 16h, com uma hora de intervalo para o almoço dos apenados. Os trabalhos exigem respeito, compromisso, organização e limpeza. Fatores que o reeducando Luciano de Oliveira considera essenciais para aproveitar e valorizar as oportunidades que Deus lhe ofereceu, desenvolvendo ainda um ofício profissional e preservando os recursos naturais.

“Cheguei aqui na horta sem saber plantar e colher. Mas graças a Deus recebi as orientações do João Batista – coordenador da horta – para cuidar bem da natureza, respeitar e ajudar ao próximo e trabalhar com amor. Hoje estou bem trabalhando aqui e no futuro espero montar meu próprio negócio, quem sabe no ramo de alimentos. Você colhe o que planta aqui e lá fora não será diferente”, afirma Oliveira.

O servidor penitenciário João Batista comenta que em 90% dos casos as técnicas de trabalho são adquiridas na própria horta. “Para obter bons resultados, inicialmente, é feito um estudo do perfil. Depois, delegamos as funções inerentes aos trabalhos e prezamos pelo respeito. Esse fator otimiza os serviços que ocorrem sob supervisão de monitores. Após os trabalhos, os custodiados retornam para as suas respectivas unidades”.

O trabalho na horta do sistema prisional gera economia para o Estado, fortalece a política de ressocialização, melhora a qualidade dos alimentos consumidos dentro do sistema prisional, além de gerar a remição de pena dos internos, garantir uma fonte de renda e tirá-los da ociosidade com um ofício que poderá garantir um espaço no mercado de trabalho após o cumprimento da pena.