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Com números a seu favor, Flamengo tenta chegar à sua quarta final seguida

17/05/2016
Com números a seu favor, Flamengo tenta chegar à sua quarta final seguida
Marcelinho é uma das principais armas do José Neto para levar o Fla a mais uma final (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Marcelinho é uma das principais armas do José Neto para levar o Fla a mais uma final (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Não bastasse a frustração de ter deixado escapar a chance de fechar a série semifinal em casa, além da pressão natural de bater o Flamengo no Rio de Janeiro, Mogi terá que desafiar a matemática se quiser vencer os atuais tricampeões nesta terça-feira às 21h, no ginásio do Tijuca, e avançar à sua primeira decisão de NBB.

Isso porque das 31 vezes que uma vaga foi decidida na quinta partida, apenas em cinco oportunidades a equipe visitante levou a melhor, o que garante aos mandantes um aproveitamento de 83,8% em sete edições da competição. Mas essas estatísticas parecem não assustar os comandados do técnico Danilo Padovani, que, desqualificado no jogo quatro, não estará no banco nesta terça-feira. Afinal, o último time a conseguir esse feito foi justamente Mogi. Dirigido à época pelo espanhol Paco Garcia, o então último classificado para os playoffs da temporada 2013/2014 foi até Limeira e venceu por 75 a 70.

Se os números do passado recente jogam contra Mogi, os da atual temporada não são tão ruins assim. Nas sete vezes que as duas equipes se encontraram, seis pelo NBB e uma pela Liga das Américas, os rubro-negros venceram apenas uma a mais que o time paulista. O equilíbrio tem sido tão grande que apenas uma vez a diferença final ultrapassou cinco pontos.    

– Mogi é um time de muita qualidade, muito difícil de ser marcado e que marca muito forte. O equilíbrio não está apenas no número de vitórias para cada lado, mas como os jogos têm sido muito equilibrados até o final. Acho que só no segundo jogo da série que a diferença um pouquinho maior a nosso favor. Todos os outros foram de cinco para baixo. Mas estamos acostumados a lidar com situações como essa, de jogos decisivos e grandes desafios, mas dentro de casa e diante da nossa torcida somos ainda mais forte. Temos que entrar com a mesma postura, a mesma entrega e muita convicção de que podemos vencer – destacou o ala Marcelinho.    

O otimismo não é só do lado rubro-negro. Um dos destaques de Mogi na série, o americano naturalizado brasileiro Larry Taylor não pensa em outro resultado senão a vitória. Nem a inesperada derrota por apenas dois pontos, sábado, dentro de casa, foi capaz de diminuir a confiança do time paulista.

– Essa série está ocorrendo exatamente como já esperávamos. Sempre acreditamos que seriam jogos muito equilibrados e é isso que vem acontecendo. Cada time ganhou um jogo na casa do adversário e terça-feira esperamos o mesmo tipo de jogo, decidido nos minutos finais. Acho que quem tomar as melhores decisões vai levar vantagem. Nós viemos aqui para ganhar e nosso objetivo é ser campeão. Sabemos que será difícil, mas não vamos desistir, queremos voltar para Mogi com a vaga na final. Tudo começa com nossa defesa, e quando marcamos forte, correndo e com muita energia, fica complicado ganhar da nossa equipe – afirmou Larry. 

Mogi treino NBB Basquete (Foto: Marcello Pires)

Danilo Padovani orienta o americano Larry Taylor no treino de segunda-feira no ginásio do Tijuca (Foto: Marcello Pires)

Danilo Padovani concorda que as defesas têm sido o diferencial na série, mas se mostra um pouco mais conservador que seu armador para analisar as chances de sua equipe. Mesmo otimista em conquistar outra vitória no Rio de Janeiro, o treinador destacou a excelente atuação do dominicano Ronald Ramon para alertar seus jogadores da força do elenco do Flamengo.  

Ciente de que assim como nos jogos 2 e 3 o ginásio do Tijuca estará lotado, o desfalque de Mogi nesta terça-feira comentou o tumultuado confronto de sábado, em São Paulo, não teme qualquer tipo de pressão e afirma que sua equipe está pronta apenas para jogar basquete. 

– Está provado que são duas grandes equipes e não é à toa que a série está empatada. São jogos muito equilibrados e definidos em detalhes, tanto emocionais, como no quarto jogo, de muitas reclamações com a arbitragem e de erros e acertos. Será uma partida na casa do Flamengo de vida ou morte, uma final, e estou tentando passar para meus jogadores a maior tranquilidade possível. Não acredito que a pressão esteja no nosso lado, mas pode ter pesado no sentido de que ganhamos o jogo três aqui, passamos a responsabilidade para eles e tínhamos uma pequena gordura para queimar. Gostaria de ter fechado a série em casa, mas não conseguimos, então estamos de volta ao Tijuca para jogar basquete. Vai ter uma pressão, mas sabemos como será porque já passamos por isso aqui. Temos que estar focados e concentrados para fazer um bom jogo e não entrar nessa pilha da torcida e nem falar com a arbitragem – explicou Padovani.

José Neto faz coro às palavras de seu rival e não vê qualquer nenhum tipo de pressão diferente da que está acostumado a enfrentar toda vez que o Flamengo entra em quadra. Para o treinador tricampeão do NBB, o mais importante no momento é ficar naquilo que sua equipe precisa fazer se quiser avançar á sua quarta decisão consecutiva.

Sobre a ausência de Padovani no banco de reservas, o comandante rubro-negro preferiu evitar entrar em polêmica. Embora acredite que a presença de qualquer treinador seja sempre importante à beira da quadra, ele aposta que o trabalho de equipe realizado há algumas temporadas em Mogi tem tudo para minimizar o desfalque de seu concorrente na disputa por uma vaga na final.

Flamengo Basquete, José Neto, Marcelinho, basquete, NBB (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Neto gesticula atrás de Marcelinho (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

– Nossa única preocupação é manter o foco naquilo que temos que fazer. Não podemos ficar pensando no adversário ou em coisas externas. Vamos contar com o apoio do nosso torcedor como sempre e temos que desfrutar disso para que possamos colocar as coisas em prática. Não tem outra maneira de vencer senão executar aquilo que temos proposto, como estratégia e espírito para ganhar esse jogo e ir à final. É difícil falar do time deles, mas de uma maneira geral acredito muito que todo técnico tem uma interferência muito grande na sua equipe. E o Danilo é um cara que consegue administrar muito bem isso e tem o respeito dos jogadores. Mas também acredito em trabalho de equipe, e Mogi sabe fazer isso muito bem. Não só com o Danilo, eles têm uma comissão técnica que trabalha junto há muito tempo e isso pode minimizar a ausência dele – disse Neto.