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Rússia emite ordem de busca e apreensão internacional contra ex-magnata

23/12/2015
Rússia emite ordem de busca e apreensão internacional contra ex-magnata
(Foto: AP Photo/Ivan Sekretarev)

(Foto: AP Photo/Ivan Sekretarev)

Moscou, 23 dez (EFE).- Um tribunal de Moscou emitiu uma ordem de busca e apreensão internacional contra o antigo magnata do petróleo e ex-homem mais rico do país Mikhail Khodorkovsky, acusado de organizar dois assassinatos entre 1998 e 1999.

“Após estudar a solicitação do Comitê de Instrução da Rússia (CIR), o tribunal deteve Khodorkovski à revelia”, anunciou aos jornalistas o porta-voz do órgão judicial russo, Vladimir Markin.

O representante do tribunal lembrou que o ex-propietário da companhia petrolífera Yukos é acusado de organizar em 1998 o assassinato do então prefeito da cidade de Nefteyugansk, Vladimir Petukhov.

“Foi Khodorkovski, então acionista e presidente do conselho de direção da companhia petrolífera Yukos, quem ordenou aos trabalhadores de sua empresa Leonid Nevzlin e Alexey Pichugin o assassinato de Petukhov, cuja atividade pública se opunha aos interesses da Yukos”, disse Markin.

O CIR, órgão judicial similar à procuradoria, também acusa Khodorkosvky de dois atentados contra a vida do empresário Yevgueni Ribin – um em novembro de 1998 e outro em maio de 1999 -, que custaram a vida de um de seus guarda-costas.

A polícia russa inspecionou ontem os escritórios da organização cívica Rússia Aberta, fundada pelo antigo magnata, radicado na atualidade na Suíça após cumprir 10 anos de prisão por dois crimes financeiros e receber em 2013 o indulto do presidente Vladimir Putin.

“Inspeções na Rússia Aberta depois do meu encontro com a imprensa. Repetição de 2003 (quando foi preso). Putin foi previsível”, escreveu Khodorkovski no Twitter.

Pouco após ser acusado dos assassinatos, Khodorkovski afirmou em entrevista coletiva feita em Londres que uma nova revolução na Rússia é “inevitável e necessária” perante a ausência de mecanismos legais de alternância no poder.

“A revolução deve ser pacífica. Esse é o nosso objetivo. Putin e seu círculo mais íntimo devem comparecer e prestar contas por tudo o que fizeram perante um tribunal independente”, disse.

Petukhov, prefeito da cidade siberiana onde ficava a sede da Yukos, foi assassinado em 26 de junho de 1998, no mesmo dia em que Khodorkovsky comemorava o aniversário de 35 anos.

Veículos da imprensa afins ao Kremlin publicaram várias reportagens para lembrar o confronto público entre Petukhov e o ex-magnata e insinuar, com depoimentos de parentes e conhecidos do ex-prefeito, o envolvimento de Khodorkovsky no crime.

As autoridades acusaram de assassinato o chefe de segurança da Yukos, Alexey Pichugin, que cumpre pena por esse crime, e outro sócio da companhia petrolífera, Leonid Nevzlin, que segundo a imprensa russa se refugia em Israel.

A empresa, que era propriedade de Khodorkovsky, foi desapropriada após ser acusada de evasão fiscal em processo que, na opinião da companhia, só pretendia conseguir o confisco de seus ativos. EFE