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Prefeito disponibiliza quase R$1 milhão para CSE cujo presidente é seu filho

17/03/2014
Prefeito disponibiliza quase R$1 milhão para CSE cujo presidente é seu filho
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Orçamento do Município disponibiliza quase R$1 milhão para o CSE

Como um estádio de portões abertos para o público. É assim a prefeitura de Palmeira dos Índios cujo município está incluído na triste estatística de possuir um dos mais baixos índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país e que revela através das páginas eletrônicas do seu Diário Oficial uma gastança desordenada, até com um clube de futebol, no caso, o CSE.
Mesmo afirmando que o cofre da prefeitura está vazio – servidores da Educação e Saúde reclamando do achatamento salarial – o prefeito tem sido generoso para com o clube de futebol.

Helenildo Neto, presidente do CSE é filho do prefeito de Palmeira. Contribuição é presente de paia para filho

Helenildo Neto, presidente do CSE é filho do prefeito de Palmeira. Contribuição é presente de pai para filho

No Orçamento do Município de 2014 quase R$1 milhão de Reais foram disponibilizados pela prefeitura para o clube que só tem atividades profissionais nos três primeiros meses do ano quando participa do Campeonato Alagoano de Futebol. Para cada mês trabalhado, o CSE receberá (ou recebeu) a quantia de R$ 247.000,00 por mês.
No ano de 2013, o CSE só tinha como recurso orçado pelo município a quantia total de R$90 mil reais (R$ 30 mil por mês), ou seja, do ano passado pra cá, o clube recebeu com o beneplácito da Câmara Municipal um incremento de 1000% em sua “renda municipal”. Detalhe: no final do ano passado o clube elegeu Helenildo Ribeiro Neto como presidente. O “jovem cartola” é filho do atual prefeito James Ribeiro (PSDB).

As ligações entre um e outro podem ser apenas coincidentes, mas que é de se estranhar, é, haja vista, o aumento da contribuição ter sido astronômico e um clube de futebol (entidade privada com fins lucrativos) deve se manter sem a ajuda do ente público. Afinal, no país do futebol, nem todos os contribuintes gostam do esporte, ou querem patrociná-lo.
Outro fato estranho é que as categorias de base do clube não tem patrocínio, nem tampouco ajuda da direção do clube.

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Times de base treinam em campo de várzea, debaixo de uma ponte (viaduto) sob a BR 316

Dakson Pereira, diretor da categoria de base do CSE, no dia 16 de fevereiro, desabafou pelo facebook: “Atualmente sou o Diretor das Categorias de Base do CSE. Tenho sofrido bastante nas mãos de uma, duas ou três pessoas que trabalham no clube. Problemas criados, inventados, dificultam nosso trabalho. Tenho sofrido humilhações, eu e os garotos. O clube pode dar melhores condições, mas certas pessoas não reconhecem a importância de uma boa Base e simplesmente escondem material de treino e de jogo, negam campo para treinar”.
Resta saber: o benefício pago com dinheiro do contribuinte (no orçamento consta que se trata de recursos próprios) é lícito, tem previsão legal? Quem são os beneficiados? Se está se tratando de dinheiro público, onde está a prestação de contas da aplicação do dinheiro junto ao município e a população?
No ano passado o Clube – que recebe recursos públicos – foi assaltado em plena luz do dia quando o ex-presidente Antonio Oliveira iria justamente pagar os salários dos jogadores. Até hoje não se sabe em que deu o inquérito que apurou o crime, nem tampouco o que a diretoria fez para justificar a grana roubada.
O vereador Márcio Henrique (PPS) também ficou bastante surpreso com a gastança e vai apurar o episódio, para se necessário tomar providências.

Prefeito generoso é torcedor do "galo" de Minas

Prefeito generoso é torcedor do “galo” de Minas

O prefeito (torcedor do Atlético Mineiro, cujo símbolo é um galo) que nesses quase 15 meses de administração foi duro para com os servidores públicos concedendo reajuste abaixo da inflação e permitindo um achatamento violento nos salários, enfrentando greves de mais de 60 dias é muito “bonzinho” para o clube de futebol do qual o filho dirige.
Com a palavra o Ministério Público.