Geral

Médicos e enfermeiros são capacitados pela Sesau para reduzir Hanseníase em AL

19/09/2013

Para garantir o controle e erradicação da Hanseníase em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realiza até esta sexta-feira (20), no Hotel Marinas, em Maceió, uma capacitação teórica e prática. Destinado aos enfermeiros e médicos que atuam no Programa Saúde da Família (PSF), o treinamento teve início nesta quarta-feira (18), e conta com a participação da médica do Ministério da Saúde (MS), Ângela Pomini.capacitacao5
Por meio da capacitação, a Sesau pretende evitar que muitos alagoanos fiquem sequelados por conta da Hanseníase, que anualmente atinge 400 pessoas em média, segundo dados da Diretoria Estadual de Vigilância Epidemiológica. No entanto, apesar do forte estigma social, associado à doença, a hanseníase tem cura, segundo destaca a médica Ângela Pomini.
A médica explicou, ainda, que ao diagnosticar um novo caso, uma avaliação é realizada em todos os membros da família e nas pessoas que mantêm contato prolongado com o paciente. “Essas medidas seguem recomendações da Organização Mundial de Saúde e são importantes para a erradicação da Hanseníase”, disse.
Segundo a gerente de Agravos Respiratórios, Sexual, Vigilância do Óbito e Sistema de Informação, Ednalva Araújo, o diagnóstico precoce é muito importante para o controle da doença, já que impede a evolução da patologia para suas formas mais graves. “Daí porque, a importância de capacitar o profissional da Atenção Básica, para realizar o diagnóstico correto da Hanseníase, prevenindo que o paciente tenha sequelas irreversíveis, como deformidade dos membros”, explicou.
A gerente ressaltou, ainda, que 90% das ações para eliminação da Hanseníase dizem respeito ao diagnóstico e tratamento, garantindo que a doença seja tratada e controlada, além de evitar novos casos. Ednalva Araújo classificou a doença como Paucibacilar, que envolve casos com até cinco lesões de pele, além da multibacilar, com mais de cinco lesões.
Importância do diagnóstico – A gerente explicou que, quando o diagnóstico é feito nas primeiras fases da doença, o tratamento tem a duração de seis meses. Já quando é detectado nas fases mais avançadas, o tempo de duração sobe para um ano. “É muito importante que o paciente siga o tratamento corretamente e seja acompanhado por um profissional durante todo o processo. A detecção prematura garante, ainda, que crianças com menos de 15 anos não sejam contaminadas”, destacou.
O tratamento e distribuição de remédios são gratuitos e garantidos pelo Ministério da Saúde. A médica Ângela Pomini destacou que não é necessário o isolamento do paciente, lembrando que, ao contrário da crença popular, a presença de amigos e familiares é fundamental para a cura e recuperação do paciente.
As ações contra a Hanseníase, que em 2012 atingiu 447 casos novos da doença, acontecem prioritariamente em 13 municípios alagoanos, que concentram 64% dos casos no Estado. Segundo informações da Gerência de Agravos Respiratórios, Sexual, Vigilância do Óbito e Sistema de Informação da Sesau, apenas Maceió concentra 30% de todos os diagnósticos em Alagoas.

    Hanseníase – Conhecida oficialmente por este nome desde 1976, já que anteriormente era denominada de lepra, a doença é um das mais antigas da história da medicina. É causada pelo bacilo de Hansen, o Mycobacterium leprae: um parasita que ataca a pele e nervos periféricos, mas pode afetar outros órgãos como o fígado, os testículos e os olhos. Apesar de ter cura, pode causar deformidades quando é diagnosticada tardiamente.