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Ortopedista do HGE orienta sobre o peso ideal das mochilas escolares

24/01/2020
Ortopedista do HGE orienta sobre o peso ideal das mochilas escolares

A poucos dias do início das aulas e vivendo a rotina anual de compra de materiais escolares, os pais devem ficar atentos também ao acessório onde os materiais serão armazenados. As mochilas escolares podem se tornar um perigo à saúde óssea quando usadas de forma incorreta, ocasionando problemas crônicos de má postura e até levar a desvios posturais graves, além de dores nas costas, nos membros inferiores e na cabeça. O alerta é do ortopedista do Hospital Geral do Estado (HGE), Luiz Renato Pedrosa.

Segundo orienta o médico do maior hospital público do Estado, a infância e adolescência são fases de desenvolvimento e, “uma tensão excessiva em partes isoladas do corpo, deve ser evitada por causar alterações no crescimento”. A Sociedade Brasileira de Ortopedia indica que o peso máximo de uma mochila deve equivaler a 10% do peso da criança ou adolescente, ou seja, se a criança pesa 30 quilos, a mochila deve pesar até 3 quilos.

“Entre os sintomas que podem indicar que algo não está em ordem, podemos citar as dores na região lombar. Muitas das dores nas costas em geral, membros inferiores e dores de cabeça podem ser decorrentes das mochilas. As alterações ocorridas acarretam inúmeros problemas posturais e causam lesões gradativas”, explicou Luís Renato Pedrosa.

De acordo com ele, ao menor sintoma de dores, deve-se procurar um ortopedista especializado e optar pelas mochilas com rodinhas. “Em geral, sugerimos que os pais utilizem as mochilas de rodinhas para as crianças menores, as de costas precisam estar bem ajustadas e quanto mais próximas ao corpo for possível. Sob hipótese alguma, mesmo respeitando-se o limite de 10% do peso, a mochila deve ser carregada lateralmente”, disse Luís Renato Pedrosa, alertando que os pais devem revisar diariamente as mochilas, a fim de garantir o menor peso possível a ser transportado por seus filhos.

Mãe Cuidadosa – Consciente, Jaciele Santana, mãe da pequena Liz Dália, de 6 anos, contou que pensou em substituir a mochila de rodinhas da filha pela convencional das costas. Entretanto, retrocedeu da ideia, porque lembrou que a quantidade de módulos aumentou na nova série e o peso seria maior para a criança.

“A mochila de rodinhas facilita bastante, porque ajuda na locomoção dela. Acho inviável o uso da de costas na idade de Liz Dália. Na infância, os ossos, músculos e articulações ainda estão se formando e o risco de ficar com um problema na coluna é maior. Por isso, todos os pais devem atentar para isso, evitando problemas futuros para seus filhos, ressaltou.

Saúde Óssea – Ainda segundo o ortopedista do HGE, todos os compartimentos da mochila devem ser preenchidos para distribuir o peso. Os objetos mais pesados devem ser colocados no centro e mais próximos às costas. “O acessório deve ser proporcional ao tamanho da criança para que possa se ajustar bem à coluna. Vale lembrar que quando a mochila não está presa ao corpo, requer que o tronco vá para trás e força os músculos da criança, fazendo com que ela curve os ombros para facilitar o equilíbrio. O fundo da mochila deve ficar apoiado na curva lombar da coluna e nunca pode estar a mais de 10 centímetros abaixo da região da cintura da criança”, explanou Luís Renato Pedrosa.