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Bolsa tem segundo melhor fechamento da história, a 118.478,30 pontos

17/01/2020

Com forte ganho de 3,32% na ação da Vale, beneficiada por avanço dos preços do minério de ferro em Qingdao (+1,27%), e alguma recuperação nos papéis de bancos, entre os mais pressionados neste início de ano, o Ibovespa retomou correlação com o exterior e fechou nesta sexta-feira, 17, em alta de 1,52%, a 118.478,30 pontos, pela segunda vez acima dos 118 mil – a primeira havia sido no dia 2, quando o índice fechou na máxima histórica de 118.573,10 pontos.

Na semana, o principal índice da B3 acumulou ganho de 2,58% e, no mês, de 2,45%. Na semana anterior, a primeira completa do ano, o principal índice da B3 havia registrado perda de 1,87%. Nesta sexta-feira, o giro financeiro totalizou R$ 20,6 bilhões. Durante a sessão, o índice foi a 116.709,91 na mínima e a 118.478,95 pontos na máxima do dia, instantes antes do fechamento. “O fluxo prevaleceu, com o doméstico comprando e levando o índice a se sustentar acima dos 118 mil pontos no fim da sessão”, diz Luiz Roberto Monteiro, operador sênior da Renascença. “Os últimos dados econômicos, mais fracos, reforçaram o cenário de corte de juros – um ou até dois neste ano”, acrescenta.

Em Nova York, os três índices de ações voltaram a renovar recordes de fechamento, antes da pausa do fim de semana prolongado pelo feriado de Martin Luther King, na segunda-feira, quando não haverá negócios nos mercados de ações e bônus. Em dia acomodado a Wall Street nas máximas, o índice MSCI Brazil, que reúne ADRs de empresas brasileiras em NY, teve forte desempenho, em alta de 1,92%, a 46,76 pontos, no fechamento, acompanhando o movimento por aqui em antecipação ao vencimento de opções sobre ações na Bolsa brasileira, na segunda-feira.

“A leitura favorável sobre o PIB da China deu o tom e, com o cenário político ainda esvaziado e uma agenda menos carregada aqui, a tendência é de que, a exemplo de hoje, o mercado doméstico siga mais correlacionado ao exterior na próxima semana, com uma lista forte de dados nos EUA, entre os quais inflação e vendas do varejo”, diz Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos, chamando atenção também para o noticiário corporativo, que tem induzido movimentos na ausência de catalisadores macro, e que ganhará interesse ainda maior com o início da temporada de balanços.

Além de avaliação positiva sobre a economia chinesa, grande consumidora de matérias-primas como o minério de ferro, o desempenho da Vale na sessão foi condicionado por aspectos do setor, que impactam diretamente a cotação do insumo. Ontem, a Vale confirmou interrupção das operações de uma barragem de rejeitos na mina de Esperança, que pode processar cerca de 1,2 milhão de toneladas de minério por ano – a interrupção decorre da necessidade de avaliação técnica e de obras para reforço da segurança.

Em outro desdobramento importante, a mineradora australiana Rio Tinto informou ter embarcado 327,4 milhões de toneladas de minério de ferro de seus poços no noroeste da Austrália, no ano passado, em queda de 3% ante 2018. Para 2020, a expectativa é de embarques entre 330 e 343 milhões de toneladas.

Entre os bancos, destaque para alta de 1,35% na ação do Banco do Brasil ON, com a do Bradesco PN apontando ganho de 2,34% e a Unit do Santander, de 1,92%, no fechamento – no mês, ainda acumulam perdas, respectivamente, de 5,11%, de 1,95% e de 2,76%.

Autor: Luís Eduardo Leal e Niviane Magalhães
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