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México: negociador comercial rejeita presença de inspetores dos EUA no país

15/12/2019

O negociador comercial do México para a América do Norte, Jesus Seade, disse neste domingo que o México se opõe categoricamente a permitir que inspetores estrangeiros trabalhem no país, dizendo que isso não está contemplado no recente acordo fechado com Washington e Ottawa (USMCA) para substituir o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta).

Seade viajará para Washington para se encontrar com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e parlamentares dos EUA para expressar “surpresa e preocupação” com a linguagem na legislação de implementação do USMCA enviada na sexta-feira para apreciação no Congresso dos EUA, que pede a alocação de até cinco adidos trabalhistas para monitorar a reforma trabalhista do México.

O negociador, que é subsecretário do Departamento de Relações Exteriores do México, disse no Twitter que, embora as funções exatas dos adidos ainda não estejam claras, “o México NUNCA os aceitará se de alguma forma isso se tratar de inspetores disfarçados, por uma simples razão: a lei mexicana proíbe isto”. Os negociadores mexicanos disseram se opor firmemente à ideia de deixar inspetores estrangeiros trabalharem no país por princípios de soberania. Em vez disso, o acordo assinado em 10 de dezembro na Cidade do México indicava que painéis de três pessoas mediariam disputas, incluindo uma pessoa do México, uma dos Estados Unidos e uma pessoa de um país terceiro escolhido por consentimento mútuo. O Senado mexicano aprovou a versão com emendas do texto do acordo na semana passada.

Depois que Seade levantou objeções no sábado à linguagem na legislação dos EUA e anunciou sua súbita viagem a Washington, críticos sugeriram que ele e outros membros do governo do presidente Andrés Manuel Lopez Obrador teriam ignorado algo no acordo comercial e o aprovado apressadamente. Sobre essas críticas, Seade disse que não havia “letras miúdas” ocultas no acordo e que a menção aos adidos trabalhistas na legislação dos EUA não está no texto aprovado pelo México. Ele a chamou de “concessão aos linha-dura no Congresso (dos EUA)”. “É um acordo muito bom para o México: muito foi obtido no trilateral”, acrescentou. “É por isso que os EUA precisam de ‘extras’ para vendê-lo internamente, que não fazem parte do pacote.” Fonte: Associated Press.

Autor: AE
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