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Caixa avalia mudança para taxa prefixada no financiamento imobiliário
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que após lançar esta semana uma linha de financiamento imobiliário atrelada ao IPCA, índice oficial de inflação, o banco está avaliando excluir todo tipo de indexador e adotar taxa prefixada para o financiamento da casa própria. A mudança deve ocorrer até o fim do governo, mas estaria atrelada ao desenvolvimento do mercado de securitização de créditos imobiliários e da manutenção de um quadro de inflação controlada por longo prazo.
“Da mesma maneira que a gente está oferecendo TR (Taxa Referencial) e IPCA, o objetivo é, se couber na matemática da Caixa, até o final do governo, daqui a três anos e meio, oferecer uma taxa sem correção nenhuma”, disse após palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Segundo Guimarães, a vantagem de adotar uma taxa prefixada é tirar o componente de incerteza do financiamento, por se tratar de um valor fixo. A criação de linhas indexadas ao IPCA é o primeiro passo para viabilizar o plano, diz, por ser a base para o desenvolvimento do mercado de securitização de longo prazo, em que a instituição empacota os créditos e vende a investidores.
“Quero criar um mercado de dez anos. A vida média da nossa carteira de crédito imobiliário é de 12 anos, então não adianta tanto criar mercado de securitização de dois anos. Quando você cria um mercado de securitização de 12 anos fica muito mais fácil ir para o último passo, que é fazer sem securitização”, explicou.
O executivo voltou a dizer que a Caixa pretende vender 50% de todo o crédito que for originado anualmente com as linhas corrigidas pelo IPCA. Dessa forma, o banco terceiriza o risco dos financiamentos. O executivo afirmou que nos últimos dois dias o banco já recebeu mais de 500 mil consultas de clientes interessados na nova modalidade. Depois, em entrevista, disse que o número na verdade já chega a 600 mil.
Guimarães disse que considera uma inflação de 3% ao ano a 4% ao ano possível de precificar. O importante em sua análise é que haja um quadro de estabilidade contínua, ainda que com um ano ou outro de inflação mais alta. Isso porque no caso dos financiamentos com taxa prefixada, o risco fica com o banco, que terá que adotar também instrumentos de hedge.
Autor: Mariana Durão
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