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Bolsas da Europa fecham em alta com maior apetite por risco mundial

08/08/2019

As principais bolsas europeias encerraram no positivo, com cinco dos seis maiores índices do continente fechando nas máximas intraday desta quinta-feira, 8. O maior apetite por risco ao redor do mundo também foi observado nos pregões europeus, onde o índice pan-europeu Stoxx 600 avançou 1,66% para 374,71 pontos.

Parte da procura por ativos de maior risco foi alimentada por sinais da China, após o pais asiático registrar avanço das exportações em julho acima das expectativas. Contudo, o movimento pode ter sido pontual e não tem força para compensar as incertezas sobre a perspectiva para o comércio global, como sugere o economista-sênior da Oxford Economics, Tommy Wu.

“Embora não esteja claro se os Estados Unidos levarão adiante a extensão das tarifas em setembro, as incertezas certamente aumentaram, o que deve pesar sobre as exportações mais adiante”, avalia Wu. Para ele, a fraqueza do yuan ante o dólar pode amenizar o impacto negativo das incertezas, mas as preocupações com uma forte fuga de capital devem limitar a desvalorização artificial da moeda pelo governo chinês.

Além disso, a China fixou o câmbio em 7,0039 yuans por dólar nesta quinta-feira, maior desvalorização da divisa desde 2008. Apesar de ultrapassar a marca psicológica de 7 yuans por dólar, a moeda chinesa ainda está mais forte que as expectativas do mercado, o que favoreceu os mercados acionários.

Ainda no exterior, os cortes de juros realizados na quarta pelos bancos centrais da Nova Zelândia, Índia e Tailândia continuaram a repercutir nos pregões, fortalecendo o cenário de acomodação monetária ao redor do mundo. Nesta quinta, também houve redução dos juros nas Filipinas. Além disso, há expectativa de corte de juros mais adiante pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano), reforçada por um discurso da quarta do presidente da distrital de Chicago, Charles Evans.

No cenário doméstico, investidores europeus acompanham os desdobramentos na Itália, onde os conflitos internos da coalizão governamental tiveram nova escalada desde a quarta. Após discordâncias durante a votação do projeto um túnel ferroviário de alta velocidade entre a Itália e a França, a Liga e o M5S publicaram textos ressaltando as fortes divergências entre os dois partidos e insinuando um rompimento, o que levaria a eleições antecipadas no país.

Apesar da crise política, o índice FTSE MIB da Bolsa de Milão avançou 1,47% para 20.841,15 pontos, com alta expressiva dos bancos FinecoBank (+4,65%), UBI (+2,14%) e BPM (+2,03%), refletindo ganhos do setor financeiro do outro lado do Atlântico.

Na Bolsa de Londres, o FTSE subiu 1,21% para 7.285,90 pontos, com 87 das 100 companhias que compõem o índice fechando no positivo. A gigante de serviços financeiros Hargreaves Lansdown liderou altas no Stoxx 600, com valorização de quase 12%. Já o índice CAC 40, da Bolsa de Paris, registrou porcentualmente o maior avanço desta quinta, fechando em alta de 2,31% aos 5.387,96 pontos.

O índice DAX, da Bolsa de Frankfurt, fechou com ganho de 1,68% aos 11.845,41 pontos, registrando fortes avanços como Bayer (+6,64%), Deutsche Bank (+4,46%) e Infineon (+3,27%). Vinte e seis dos 30 componentes do DAX tiveram alta.

O Ibex 35, da Bolsa de Madri, avançou 1,41% para 8.869,00 pontos, enquanto o PSI 20, único dos seis grandes que não fechou na máxima diária, ganhou 1,80% aos 4.927,22 pontos.

Autor: Bruno Caniato
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