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Spader fala da vida e da carreira e da série ‘The Blacklist’ na 6ª temporada

07/02/2019

A seguir, os melhores trechos da entrevista com James Spader, o astro de The Blacklist.

Como fica o relacionamento de Raymond Red Reddington com Elizabeth depois dos acontecimentos da quinta temporada?

Como sabemos, Elizabeth faz uma descoberta surpreendente sobre Reddington no fim da última temporada. A relação entre os dois fica cheia de questionamentos, confusão e conflito. Mas posso dizer que no começo da sexta temporada as coisas mudam de novo, graças a ações tomadas por Elizabeth e sua meia-irmã Jennifer. E tudo fica terrível para Elizabeth e Red. É algo muito interessante que eu tinha esperança desde a 1.ª temporada de que um dia acontecesse. Na minha opinião, o que está se passando com os personagens agora é mais interessante do que seu relacionamento no passado. Porque, queira ou não, Elizabeth tem uma relação com esse homem, não importa quem ele seja. Acho que é isso no fim que segura o espectador, mais do que o mistério sobre a identidade de Reddington.

Quais são os pontos altos desta temporada?

Fiquei muito empolgado com o final da temporada passada e agora, tendo filmado metade da sexta, porque me fez ter certeza de trabalhar numa série que tem sucesso em ser capaz de constantemente mudar sua forma e surpreender os espectadores e a nós mesmos. Sempre variando de tom, indo do emocionante ao intenso e aterrorizante e empolgante. Fazer isso ao longo de tanto tempo é difícil. Nesta sexta temporada, tudo está diferente. Jogamos o que veio antes fora. O ambiente que Reddington enfrenta agora é totalmente diferente. Me lembro de ler o primeiro roteiro do piloto e pensar que essa série podia se transformar e tomar vários rumos. E foi isso o que aconteceu.

Seu personagem está sempre dois passos adiante dos outros.

Bem, estava falando sobre isso com um dos nossos diretores esses dias. Ele sempre parece estar dois passos adiante, mas isso para mim é um engano. Porque muitas vezes ele só está um passo adiante ou talvez um milímetro adiante. E às vezes ele está atrás. Mas ainda assim os outros correm o mais rápido que conseguem porque nem têm essa noção de que ele pode estar um pouco atrás, sempre presumem que Red está adiante. E ele está bem à vontade nessa posição, não precisa estar sempre adiante. Ele tem autoconfiança de que vai se sair bem em qualquer situação. Eu acho que Red não teme sua própria mortalidade, então não opera na chave do medo. E isso é muito libertador. Porque na nossa vida moderna é muito difícil não ser afetado pelo medo ou desviado de seu caminho por conta do medo. O medo é uma arma usada por muita gente hoje para conseguir o que quer.

A série tem muitos mistérios e questões que ficaram sem resposta – por exemplo, o que Red sussurrou para Kirk. Os fãs podem ter confiança de que todas serão respondidas?

Há uma intenção dos roteiristas, dos criadores e minha de trazer o público conosco nessa jornada e mantê-lo conosco até o fim. E ao final, o espectador vai poder voltar ao primeiro episódio e assistir a tudo de novo e ver que tudo fazia sentido desde o princípio.

Tudo chega ao fim um dia. Se a decisão estivesse nas suas mãos, deixaria a série acabar com Red ainda sendo um mistério ou mostraria quem ele realmente é?

Acho que dá para ser as duas coisas. Criamos um personagem que você pode conhecer e não conhecer ao mesmo tempo. Ele é alguém com quem você pode até se sentir à vontade, mas sem perder de vista que também dá medo. Red pode mudar rapidamente e algo pode acontecer.

Se você pudesse viajar no tempo e dar um conselho a si mesmo no início de sua carreira, qual ele seria?

Economize dinheiro! Não estou dizendo isso para fazer graça. Realmente estou falando de verdade. Um ator mais velho com quem trabalhei quando jovem me disse isso: economize seu dinheiro. Eu ri e claro que gastei todo o salário. Mas para o ator economizar dinheiro permite que você faça os trabalhos que quiser e escolha os papéis pelas melhores razões. Isso ajuda muito na carreira, para não ter de tomar decisões com base no dinheiro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autor: Mariane Morisawa, especial para a AE
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