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No Reino Unido, oposição quer eleições se Parlamento rejeitar acordo do Brexit

10/01/2019

O líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Jeremy Corbyn, afirmou que, se o acordo do Brexit da primeira-ministra Theresa May for rejeitado em votação no Parlamento britânico na próxima terça-feira, tem de haver eleições gerais antecipadas “na primeira oportunidade possível”.

“Um governo que não consegue fazer suas pautas passarem pela Câmara dos Comuns não é governo nenhum”, discursou o oposicionista em uma fabricante de produtos elétricos na cidade de Wakefield, na Inglaterra. “Ele perdeu seu mandato e então tem de ir ao país para buscar um novo.”

Ontem, em mais um revés para Downing Street, os deputados britânicos aprovaram uma emenda legislativa que, em caso de derrota na votação do próximo dia 15, obriga o governo a voltar ao Parlamento em 72 horas com um plano B para o divórcio da União Europeia.

Na terça-feira, a Câmara dos Comuns já havia emendado o projeto de Lei de Finanças, que implementa medidas de aumento de receita estabelecidas no orçamento de dezembro do Ministério das Finanças, deixando a pasta dependente do Parlamento para lidar com um cenário de Brexit sem acordo.

Corbyn mandou uma mensagem diretamente a May: “Se você está tão confiante no seu acordo, convoque a eleição e deixe o povo decidir.” Em caso contrário, ele ameaçou protocolar pelo Partido Trabalhista uma moção de desconfiança contra o governo no momento em que julgar “que ela terá a melhor chance de sucesso”.

Quando questionado por uma repórter sobre a possibilidade de estender o Artigo 50 do Tratado da União Europeia, adiando a data da retirada britânica como forma de prolongar o período de negociação de um trato, o líder trabalhista limitou-se a responder que a política do seu partido para o Brexit é pela negociação de “uma união aduaneira, e por direitos, trabalhadores, consumidores e o meio ambiente”.

Assim, para Corbyn, a convocação de eleições gerais antecipadas é a opção “mais prática e democrática” para “quebrar a paralisação” em torno do acordo do Brexit de Theresa May.

Autor: Nicholas Shores
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