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No nono recorde em 2019, Ibovespa supera os 96 mil pontos pela primeira vez

18/01/2019

O Ibovespa encerrou a sexta-feira, 18, acima dos 96 mil pontos pela primeira vez na história. Fechou a 96.096,75 pontos em alta de 0,78% numa sessão muito positiva para as bolsas da Europa e dos Estados Unidos, que subiram diante da possibilidade de a China e os Estados Unidos chegarem a um acordo que leve a uma trégua à guerra comercial. Essa foi a nona sessão de recorde nos 13 pregões de 2019. Na semana, o Ibovespa acumulou valorização de 2,60% e no ano de 9,34%. O volume negociado foi de, aproximadamente, R$ 16,7 bilhões.

A sexta-feira também trouxe a notícia de que o fluxo estrangeiro na bolsa brasileira em 2019 ficou positivo pela primeira vez no ano. Os investidores não residentes ingressaram com R$ 441,933 milhões na B3 no pregão da última quarta-feira (16), o que fez o saldo em janeiro ficar positivo em R$ 12,21 milhões. De olho no impacto para o fluxo de investimentos externos para o Brasil, os agentes econômicos vão acompanhar de perto, na semana que vem, a participação do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes, no Fórum Econômico Mundial, em Davos. Guedes terá a oportunidade de apresentar a lideranças políticas e econômicas internacionais a agenda liberal que pretende implantar no País.

Por aqui, a falta de medidas concretas do novo governo foi novamente menosprezada pelos agentes do mercado, que mantêm o otimismo e a perspectiva de os ativos domésticos continuarem se valorizando. Nem o envolvimento do filho do presidente da República em uma suposta movimentação irregular de recursos por Fabrício Queiroz afetou os preços. “Essa é uma situação que o mercado apenas monitora”, diz o operador da mesa institucional da Renascença Corretora Luiz Roberto Monteiro.

“Pega mal o pedido do filho do Bolsonaro, mas não chega a fazer preço”, diz o operador, referindo-se à reclamação apresentada pelo deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-SL) para suspender a investigação sobre movimentações financeiras atípicas do ex-assessor parlamentar Fabrício Queiroz e declarar ilegais as provas colhidas na apuração. O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse ao Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a “lei vale para todos, indistintamente”

Entre as maiores altas da bolsa, um dos destaques foi a Eletrobras. Os preços da estatal continuaram repercutindo o novo plano de demissão consensual, confirmado na quinta-feira pela empresa. Em relatório, a equipe de análise do Brasil Plural avaliou que a “medida é um passo importante para a empresa se tornar mais eficiente em termos de despesas e para uma potencial privatização”. Caso demita os 2.187 funcionários como planejado, a empresa vai gerar uma economia de R$ 574 milhões ao ano, a um custo de R$ 731 milhões.

A Petrobras também encerrou com variação positiva, ainda que mais modesta que a forte valorização do petróleo nos mercados futuros de Nova York e Londres. A commodity também subiu diante da perspectiva de sucesso na jornada em busca de um entendimento entre os Estados Unidos e a China. O WTI para março subia 3,15% e o Brent para março avançava 2,47% às 17h20.

Autor: Karla Spotorno
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