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Bolsas de NY devem abrir em alta, de olho em diálogo sobre comércio EUA-China

04/01/2019

Os índices futuros de Nova York apontam para uma abertura em alta nesta sexta-feira, com o apetite por risco impulsionado pela notícia de que haverá uma reunião sobre comércio entre Estados Unidos e China. Além disso, Pequim anunciou mais cedo um corte no compulsório bancário e sinalizou que pretende continuar a apoiar a segunda maior economia global, o que ajuda o humor. Nesse quadro, investidores ainda reagem ao relatório mensal de empregos (payroll) forte de dezembro, enquanto aguardam por declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) nesta tarde.

Às 12h10 (de Brasília), o Dow Jones futuro subia 1,26%, o Nasdaq avançava 1,69% e o S&P 500 tinha alta de 1,33%.

O Ministério do Comércio da China informou em comunicado mais cedo que haverá conversas entre uma delegação americana e autoridades locais sobre o comércio na segunda-feira e na terça-feira. A notícia foi recebida com otimismo nos mercados, embora ainda não existam detalhes sobre a agenda nem garantias de que haverá soluções nas divergências entre as partes. O presidente americano, Donald Trump, e o chinês, Xi Jinping, chegaram no fim do ano passado a uma trégua de 90 dias na disputa comercial, mas agora é preciso saber se as partes conseguirão aproximar suas posições e garantir a melhora do comércio bilateral, o que teria reverberações importantes para a economia do mundo.

Ainda na China, o Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês) anunciou mais cedo um corte de 1 ponto porcentual no compulsório bancário, que entrará em vigor em duas etapas iguais, em 15 e 25 de janeiro. Segundo analistas, isso de fato representa um estímulo à economia e Pequim deve adotar mais medidas nesse sentido, mais adiante neste ano, para apoiar o crescimento.

Nos EUA, na noite de ontem a Câmara dos Representantes, agora sob comando da oposição democrata, aprovou um projeto para acabar com a paralisação parcial (shutdown) do governo americano. Não está claro, contudo, se Trump e os republicanos no Senado estariam dispostos a ceder, já que o projeto não contempla a verba almejada pelo presidente para a construção de um muro na fronteira com o México. O assunto segue no radar, mas hoje não impede o otimismo nos mercados acionários.

Investidores ainda aguardam declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, que participa de evento a partir das 13h15 (de Brasília). Powell pode ser questionado sobre as turbulências recentes no mercado e os riscos de desaceleração global e como eles poderiam levar o BC americano a agir. Na economia real, porém, saiu há pouco um sinal de força dos EUA: o país criou 312 mil vagas em dezembro, bem acima da previsão de 176 mil dos analistas. A taxa de desemprego subiu de 3,7% em novembro a 3,9% em dezembro, mas isso acompanhou um aumento na taxa de participação da força do trabalho, com mais pessoas animadas com as perspectivas de encontrar trabalho.

Entre as ações em foco, Apple avança 1,09% no pré-mercado, mas recupera apenas uma pequena parcela da queda de 9,96% da sessão anterior. O papel ficou pressionado após nesta semana a empresa rever em baixa sua projeção para vendas no primeiro trimestre, apontando para a desaceleração da China. (com informações da Dow Jones)

Autor: Gabriel Bueno da Costa
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