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Peritos oficiais aperfeiçoam técnicas de coleta e preservação de material biológico de crimes

29/11/2018
Peritos oficiais aperfeiçoam técnicas de coleta e preservação de material biológico de crimes

“Não existe crime perfeito”. Essa celebre frase dita por Sherlock Holmes, um dos personagens mais conhecido da ficção da literatura mundial torna-se cada vez mais real com o avanço da ciência forense. Isso porque, segundo o princípio de Edmond Locard, “todo contato deixa uma marca”, e no ato criminoso, o suspeito sempre deixa algum rastro no local do crime ou no corpo de sua vítima, um vestígio que pode virar prova técnica para acusar ou inocentar suspeitos.

Em Alagoas, após a inauguração do Laboratório Forense do Instituto de Criminalística vários casos estão sendo elucidados, desde a identificação de corpos, como a identificação de autores de crimes. Isso tornou-se possível através do exame de DNA Forense, a análise do perfil genético por meio de amostras biológicas, presente nos vestígios encontrados por peritos criminais e médicos legistas.

Para aprimorar o processo da coleta e de cadeia de custódia de material biológico, a Perícia Oficial de Alagoas, realizou hoje (29), no auditório do Instituto de Medicina Legal Estácio de Lima, um treinamento especial para coleta de material biológico em vestígios de local de crime e em vítimas de agressão sexual e outros tipos de agressão. Participaram do curso peritos criminais, peritos médicos legistas, peritos odontolegistas e técnicos forenses que atuam diariamente na coleta desse tipo de vestígio.

De acordo com a chefe do Laboratório de DNA Forense, perita criminal Rosana Coutinho, o treinamento serviu para abordar as formas corretas de coletar, acondicionar e transportar esses vestígios. Como também, identificar os melhores materiais para serem coletados nos locais de crime, bem como, as amostras coletadas nos cadáveres e as amostras de referência dos familiares das vítimas e dos suspeitos dos crimes para realização do confronto genético.

“As amostras de material biológico devem ser cuidadosamente colhidas, acondicionadas e identificadas para garantir o adequado transporte e custódia até a realização do exame, seja ela encontrada na cena de um crime ou durante o exame de necropsia. Por isso, a importância do treinamento para todos os profissionais que manipulam esse tipo de amostras. O conhecimento adquirido garantirá um resultado pericial legítimo e idôneo. ”, afirmou Rosana Coutinho

A perita explicou que nos locais de crime são mais comuns a coleta de vestígios biológicos como sangue, restos de pele, suor, saliva e vestes. Esses e qualquer outro tipo de material biológico podem levar a identificação do suspeito do crime, ou relacionar o local do crime com a vítima.

Já nos IMLs, o chefe do órgão em Maceió, perito médico legista Fernando Marcelo, explicou que os médicos legistas, odontolegistas e técnicos forenses coletam materiais biológicos em cadáveres para a realização de exames de identificação humana quando não for possível a identificação pelos exames de arcada dentária e necropapiloscopia. A coleta também é realizada em casos de crimes de abuso sexual. Em ambos os casos são colhidas amostras de referências em familiares ou suspeitos de crimes.

“Essa ação irá permitir aos Institutos de Medicina Legal e de Criminalística alinhas e seguir protocolos padronizados para as coletas e o armazenamento de materiais biológicos que poderão ser utilizados para análises de DNA. Com isso, garantiremos a sequência de exames que podem contribuir para os esclarecimentos de crimes”, explicou o médico legista.