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Abaixo-assinado reúne assinaturas a favor de revitalização completa das Casuarinas

26/11/2018
Abaixo-assinado reúne assinaturas a favor de revitalização completa das Casuarinas

Obras inadequadas da Praça das Casuarinas e condenadas por especialistas já foram iniciadas contra vontade de muitos cidadãos

Cresce a cada dia o protesto e repúdio da comunidade palmeirense contra a construção de uma Unidade Básica de Saúde em plena Praça das Casuarinas no Centro da cidade de Palmeira dos Índios.

A obra que aparentemente já foi iniciada pretende “engolir” 60% do espaço para um Posto de Saúde, o que para especialistas na área o lugar deveria abrigar só a praça, pois é inadequado para obras do tipo.

Após a denúncia desta TRIBUNA DO SERTÃO contra o crime histórico que tentam cometer contra um patrimônio do povo que deveria ser revitalizado, vários cidadãos se manifestaram nas redes sociais em defesa da memória palmeirense que está sendo destruída pelo prefeito Júlio Cezar (PSB) e seus assessores forasteiros que não conhecem a história palmeirense. A construção de uma UBS numa praça pública é inédita no país e causa comoção entre os palmeirenses mais antigos que ainda sonhavam em ver a Praça revitalizada.

O logradouro histórico do Município, que foi erguido em 1919 pelo prefeito Francisco Cavalcante com colaboração do governador Fernandes Lima foi inaugurado em 1920 como Parque das Casuarinas e era o pulmão verde da cidade.

Demolida no final da década de 70, a praça é cantada em verso e prosa e foi palco de festas memoráveis da cidade e a principal área de convívio da Princesa do Sertão. Lá foram realizadas as famosas Festas da Primavera na década de 60 e o Micaríndio na década de 90. Até a festa do jegue – que teve repercussão nacional foi realizada lá. Os grandes shows e comícios da cidade são realizados no logradouro que por décadas espera sua revitalização.

Projeto de revitalização vem desde 2002
Em 2002, na gestão de Albérico Cordeiro a prefeitura de Palmeira dos Índios contratou a peso de ouro um arquiteto renomado para projetar no lugar um memorial em homenagem a Graciliano Ramos, inclusive com monumento desenhado por Oscar Niemeyer. A obra ficou no papel, mas os palmeirenses ainda acalentavam o sonho de ver a praça restaurada.

O projeto para a construção da UBS foi aprovado a toque de caixa pela Câmara de Vereadores antes da quizília existente atualmente entre os edis e o prefeito.

Abaixo assinado
A desembargadora Elisabeth Carvalho, que viveu desde a infância em Palmeira dos Índios protestou nas redes sociais pedindo respeite à memória histórica de Palmeira dos Índios! “Vá construir Posto de Saúde em outro lugar. Queremos a Praça das Casuarinas de volta!”

Elisabeth, também idealizou um abaixo-assinado eletrônico, onde os palmeirenses que não concordam com a descaracterização do logradouro histórico podem assinar a petição como forma de mostrar ao gestor atual que não concordam com a ideia.
O cidadão que deseja apoiar o abaixo assinado deve acessar o link aqui para colaborar com o manifesto.

Elisabeth Carvalho idealizou abaixo assinado (Foto facebook)

Manifestações nas redes sociais

Elisabeth Carvalho disse nas redes sociais que “o Prefeito Minervo Pimentel, derrubou as casuarinas, porque se mostravam com risco de desabamento. Na gestão de Enéas Simplício, entrou em moda, praças em nível baixo. E assim, foi cometido o golpe fatal, contra a Praça das Casuarinas. Enéas Simplicio, construiu a Praça Humberto Mendes, hoje conhecida como Praça do Skate, terminou sua gestão, sem a construção da Praça das Casuarinas. Na gestão de Mazé, implorei, pela reconstrução da Praça das Casuarinas, mas infelizmente, sem êxito. Nas gestões seguintes, o Prefeito Helenildo Ribeiro, fez o mesmo desnível na Praça da Independência, ferindo de morte, a história de Palmeira dos Índios, com a demolição do Coreto. Nenhum outro gestor, se interessou pela reconstrução da Praça das Casuarinas. Me causou espanto, que o gestor atual, Júlio Cezar, pretenda construir na Praça das Casuarinas, uma UBS, que vem a ser uma Unidade de Saúde Básica. Mas dentro de uma Praça? Como se pode ir de encontro à saúde pública, com uma UBS, dentro de uma Praça? Em uma UBS, são atendidas pessoas, para triagem e encaminhamento hospitalar ou não. E o perigo de contágio? E o descarte de material médico? Não se tem notícia no Brasil, dessa mistura antagônica. Lazer com doença”, disse.

A arquiteta e urbanista Soraia Burguess que possui experiência e especialização na área de saúde diz que o lugar deveria abrigar só a praça. “Concordo plenamente, só a praça. UBS em outro lugar, a praça em questão é inadequada para comportar uma UBS, reloquem a mesma para o espaço livre, que fica voltada para a estação ferroviária, local mais adequado e com acessibilidade melhor que a Praça das Casuarinas”.

Arquiteta Soraia Burguess declarou que, a praça é inadequada para comportar uma UBS (foto facebook)

Outra arquiteta, Luciana Wanderley Cavalcante Breda disse que a ação da desembargadora é extremamente oportuna. “Patrimônio público já está explícito. Sou arquiteta e contra a utilização daquele local para uma UBS. Outro terreno com certeza será mais adequado!”, afirmou.

A advogada Alda Gonzaga disse que “o prefeito devia manter os que temos. Que mal dá atendimento ao público. Por falta de material ou médicos. Às vezes tem médico, mas falta material. Mas o prefeito não escuta a opinião do povo que o elegeu. A arrogância não o deixa ver o que realmente o povo quer”.

Alda Gonzaga: “O prefeito não escuta a opinião do povo que o elegeu. A arrogância não o deixa ver o que realmente o povo quer”, disse (Foto facebook)

O advogado José Geraldo Malta Sampaio também declarou que “Seria muito mais sensato reconstruir à nova praça casuarina”, rechaçando a ideia de construção de um Posto de Saúde na praça. Já Tito Souza, palmeirense, que já foi comerciante na cidade desabafou: “A cidade é nossa, Sr. Prefeito. As coisas não podem correr simplesmente como o Sr. quer. A população tem que ser ouvida, consultada… Procure outro terreno e construa o posto. Plante Casuarinas, organize a praça. Aí nós apoiaremos”, disse.

Um grupo de cidadãos está se reunindo e irá levar a informação ao Ministério Público para que a “obra” seja embargada em nome do patrimônio histórico (que mesmo destruído) a população espera ser revitalizado.