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Setembro Amarelo: Ifal promove ações para o mês de prevenção do suicídio

04/09/2018
Setembro Amarelo: Ifal promove ações para o mês de prevenção do suicídio

Por que é importante romper o silêncio e tratar do tema suicídio? É com este questionamento que a equipe de Assistência Estudantil (AE) do Instituto Federal Alagoas (Ifal), campus Palmeira dos Índios, dá inícios as suas ações referentes ao Setembro Amarelo, movimento mundial cujo intuito é conscientizar a sociedade acerca de uma realidade que é este grave problema.

A iniciativa no campus terá início na próxima terça-feira, 11, dia em que ocorrerá o retorno das férias, com entrega de laços amarelos para os alunos. Já no dia 12, haverá uma caminhada em torno do campus para distribuição do material informativo produzido para a campanha. O momento contará com a participação de discentes e servidores que se solidarizarem à causa.

A psicóloga Fátima Pimentel alerta sobre a importância em tratar a temática. “Existe um mito com relação ao suicido. A sociedade se cala com este problema que é de saúde pública. As pessoas se calam pois acham que podem incentivar outras a cometer o ato, mas sabemos que isso não é verdade”, explica.

Para ela, isso é algo que pode ser discutido e evitado por todos e não apenas profissionais da área. “Apenas com o fato de você escutar o outro e não minimizar aquilo já pode evitar que o indivíduo cometa o suicídio. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 1,2 milhão de garotos e garotas perdem a vida todos os anos por causas evitáveis e suicídio”, diz. As informações ainda são alarmantes quando colocam o suicídio e a morte acidental por autoagressão como a terceira causa de óbitos entre jovens de 15 a 19 anos.

Segundo Ana Almeida, assistente social da instituição, esta é uma realidade oriunda do próprio reflexo do capitalismo e das pressões sociais as quais são impostas às pessoas. “É nítido que atualmente temos uma qualidade de diálogo bem maior do que antes entre pais e filhos. O fato é que essa imposição de modelos trazidos pelo capitalismo, seja relativos a padrão de beleza, dinheiro, status e classe social, gera as frustrações no indivíduo e cada um lida com isso de uma forma diferente e há pessoas que não aguentam”, opina.

Para as profissionais, entre os adolescentes, o bullying e aceitação em grupos acarretam este comportamento. “Essas oscilações constantes nos jovens são motivos de alerta para os pais. Euforia ou tristeza em demasia são fatores de atenção. Além disso, é importante analisar o histórico familiar do adolescente. Se já houve algum parente que tenha cometido o suicídio, ou se o jovem tem uma fragilidade emocional”, ressalta Fátima.

Para a equipe de AE, o envolvimento dos professores nestas ações é fundamental para a campanha. “Em sala, os docentes estão mais próximos de alunos e eles podem perceber essas mudanças de comportamento. Essa primeira escuta é fundamental para salvar essas pessoas propensas e ao perceber situações como essas que informem à Assistência Estudantil para que se encaminhe a um profissional competente”, lembra Ana.

Para que as ações fossem possíveis, a AE conta com a ajuda dos estagiários de Psicologia do campus: Caio Ferraz e Matheus Rocha

Como surgiu o Setembro Amarelo?
A cor amarela é usada para representar o mês da prevenção do suicídio por causa de Dale Emme e Darlene Emme. O casal foi o início do programa de prevenção de suicídio “fita amarela”, ou “Yellow Ribbon” em inglês.

Em 1994, Mike Emme, filho do casal, com apenas 17, se matou. Mike era conhecido por sua personalidade caridosa e por sua habilidade mecânica. Restaurou um Mustang 68 e o pintou de amarelo. Mike amava aquele carro e por causa dele começou a ser conhecido como “Mustang Mike”.

Em 2003 a OMS instituiu o dia 10 de setembro para ser o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio, e o amarelo do mustang de Mike é a cor escolhida para representar este sentimento.