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Audiência Pública debate atendimento prestado por agências bancárias em Delmiro Gouveia

14/09/2018
Audiência Pública debate atendimento prestado por agências bancárias em Delmiro Gouveia

A Câmara de Vereadores de Delmiro Gouveia realizou nesta quinta-feira (13), mais uma audiência pública. Dessa vez a reunião teve como convidados os representantes das agências bancárias do município, que debateram com os parlamentares sobre o atendimento prestado aos clientes, em especial o grande tempo de espera nas filas.

A audiência foi solicitada pelo vereador Pedro Paulo e contou com a presença de representantes do Banco do Brasil, Caixa Econômica e Bradesco. Do Banco do Brasil participaram o superintendente Gustavo Arruda e o gerente da agência de Delmiro, Vandilberto; do Bradesco, os gerentes Francisco de Pádua e Daniel Melo, e da Caixa Econômica, o gerente regional Fredson da Mota e os de Delmiro Jailson Cunha e Adeilton Olímpio. O funcionário da superintendência do Banco do Brasil, Cristiano Correia, também esteve presente.

O presidente Ezequiel de Carvalho Costa, a vice-presidente Fabíola Marques e o vereador Pedro Paulo conduziram os trabalhos. Fabíola parabenizou o colega pela iniciativa, ressaltando as dificuldades sofridas pela população. “Parabenizo Pedro Paulo pela iniciativa porque este é um momento de grande importância para toda a sociedade, tendo em vista as dificuldades enfrentadas no dia-a-dia, sabendo que esta não é a primeira audiência realizada nesta Casa sobre este assunto”, falou.

Kel agradeceu a presença de todos e o esforço em se fazerem presentes. “Para nós é uma grande honra recebê-los aqui para que possamos solucionar algumas questões. Reconhecemos o esforço de todos para que esta audiência acontecesse e assim possamos debater melhorias para o atendimento à população”, falou. Os parlamentares Casagrande, Francisco de Assis, Marcos Costa, Henriqueta Cardeal, Júnior Lisboa, Enoque Batista e Carlos Cacau Correia da Silva também estiveram presentes à reunião.

Pedro Paulo abriu a audiência falando da sua proposição de realizar a reunião. “Foi uma proposição de todos os vereadores desta Casa para debater essa problemática no atendimento das agências e apontar soluções para que possam melhorar esse atendimento. Esta Casa Legislativa, porta-voz da sociedade, não pode se omitir ao que a população vem passando. Essas instituições bancárias lucram uma quantidade muito grande de dinheiro, então é inadmissível uma prestação de serviço como essa”, falou.

Entre as principais reclamações expostas pelos vereadores e representantes do comércio, estão a falta de banheiro nas agências, inclusive para cadeirantes; o alto tempo de atendimento; a falta de dinheiro nos caixas eletrônicos, em especial nos finais de semana, a falta de estacionamento, entre outras questões.

Após a fala de Pedro Paulo, os representantes dos bancos expuseram a ações realizadas mas suas agências para o atendimento à população. O primeiro a explanar foi o superintendente do Banco do Brasil, Gustavo Arruda. “Temos em Delmiro Gouveia o maior contingente de funcionários do interior e reabrimos a agência de Água Branca, que teve o sinistro, assim como a de Piranhas, que estamos reabrindo, o que também ajuda na prestação de serviço e vai diminuir o volume de pessoas na agência de Delmiro. Temos como estratégia os correspondentes bancários, que tem o horário de atendimento maior e ajudam no atendimento. Temos colocado novos canais de atendimento para que o cliente não fique restrito ao horário do banco”, falou Gustavo.

Ele sugeriu algumas ações que podem ser incentivadas pelos comerciantes, como o cadastro de correspondentes bancário, e a conscientização da população ao uso do cartão. “Esses duas ações são determinantes para redução do uso do caixa eletrônico e, consequentemente, aliviar alguns problemas”. Diante da colocação, o vereador Enoque perguntou se o banco teria condições de reduzir as taxas de cartão de crédito.

Em seguida, o gerente regional Fredson falou sobre a Caixa Econômica. “Atendimento pra gente é muito importante porque a razão do banco existir é o atendimento ao nosso cliente. Conversamos sempre sobre a melhor forma de atender e temos procurado abrir pontos de atendimentos para melhor servir à população alagoana como um todo”. Ele ressaltou o problema estrutural da agência, por não comportar o volume de pessoas e enfatizou que dentro de seis meses deverá ser instalada a nova agência, o que dobrará os caixas eletrônicos do autoatendimento. Sobre a falta de dinheiro nos caixas, o gerente falou que não há possibilidade de aumentar o volume devido às questões de segurança. “Temos colocado diversos canais de atendimento da Caixa para a população, e estamos sempre trabalhando para ofertar um serviço melhor para a população de Delmiro”.

O gerente do Bradesco, Francisco de Pádua, falou sobre Delmiro ser um polo de, onde atende as cidades de Mata Grande, Inhapi, Pariconha e Água Branca. “Temos correspondentes bancários na região e temos sempre o propósito de melhorar o atendimento. Em outubro estaremos nos mudando para uma agência maior, para um prédio mais novo e assim ofertar mais comodidade para nossos clientes”.

Quanto a falta de dinheiro nos caixas, os gerentes foram unânimes em afirmar que há um limite do volume para ser colocado no autoatendimento e que não há como aumentar esse valor devido a questão de segurança. Eles falaram que a cultura do saque do dinheiro é muito forte na região, mas que poderia ser incentivado o uso do cartão de crédito ou débito.

Após a fala dos representantes, o vereador Pedro Paulo expôs algumas questões. “O Banco do Brasil tem o pior atendimento em Delmiro. As denúncias não acontecem por falta de conhecimento das pessoas, mas faltam funcionários, e o banco tem que ter uma relação de respeito com sua clientela. A Caixa tem deficiências, mas é menor que o Brasil e o Bradesco muitas vezes vi as pessoas no lado de fora da agência, maltratadas pelo sol”.

O parlamentar falou de algumas leis municipais que não são cumpridas pelas instituições, como a do tapume para proteção de quem está em atendimento nos caixas fazendo saque, bem como a lei do tempo de atendimento, que prevê 20 minutos para os dias normais e 30 minutos nas vésperas e pós feriados, o que também não é cumprido. “Como porta voz do povo temos essa obrigação de fazer as cobranças e denunciar. E neste momento, em nome do povo do sertão, esperamos que as providências sejam tomadas e que os bancos se adequem à realidade local e não às pessoas se adequem a eles”.

O vereador Marcos Costa parabenizou a iniciativa de Pedro Paulo e relembrou a audiência que foi feita sobre o mesmo assunto pelo ex-vereador Edvaldo Nascimento, em 2014. “De lá para cá não houve nenhuma mudança no que diz respeito ao atendimento. Espero que aumentem as agências, como a Caixa, mas que coloquem mais funcionários, porque senão nada adianta. Isento desse mau atendimento os gerentes, que se desdobram para dar melhora atendimento à comunidade. Os bancos que tem que adequar a população, e não ao contrário, até porque todos os clientes pagam tarifas, que não são baratas”, Marcos falou ainda sobre a disparidade entre o faturamento e a despesa de cada agência, com a prestação de serviço precária. “Espero que essa segunda audiência faça com que o atendimento evolua. Esperamos realmente que melhorem”.

O vereador Júnior Lisboa também explanou. “Gostaria de saber sobre a segurança, que não é 24 horas. Acho que o Estado não tem que fazer isso não, até porque os bancos lucram para isso. Outras questões são a falta de sanitários, bebedouros e estacionamento. Sem contar no abastecimento pelo carro-forte, que deveria ter um local dentro da agência e não fazer no meio da rua, causando muitas vezes medo na população devido ao aparato de armas e homens que são utilizados”.

O vereador Cacau fez algumas colocações reforçando o que foi exposto na audiência. “Reforço que já vivenciamos este momento aqui na Casa e já fizemos reclamações e tomamos iniciativas legislativas. Acho que nem deveríamos estar discutindo isso aqui, porque é uma obrigação dos bancos tratarem bem seus clientes. Os bancos sempre tiveram uma grande lucratividade em todos os governos e não têm do que reclamar, mas sim procurar soluções para melhorar este atendimento. Acredito que os gerentes e funcionários das agências locais são limitados e isso é de responsabilidade da superintendência e presidência desses bancos. Espero que essa audiência surta efeito, porque senão vamos ao Ministério Público”, falou.

O presidente da Associação Comercial, Samuel, e o empresário Sávio, também expuseram as problemáticas sofridas pelos comerciantes, e o presidente da Adefideg, Geovanne, fez colocações sobre a acessibilidade e a falta de banheiros para cadeirantes. Após as colocações, o presidente Kel encerrou a audiência, ressaltando que será entregue aos representantes as reivindicações e cobrará das agências as medidas a serem tomadas.