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Juros de curto e médio prazos fecham em baixa e longos têm viés de alta

16/07/2018
Juros de curto e médio prazos fecham em baixa e longos têm viés de alta

Os juros futuros fecharam a sessão desta segunda-feira, 16, em queda nos contratos de curto e médio prazos, enquanto as taxas dos vencimentos longos terminaram com viés de alta. Apesar do avanço do dólar ante o real e do ambiente externo mais cauteloso, o alívio de prêmios visto na maioria dos vencimentos se deve basicamente à percepção de que a atividade fraca, reforçada nesta segunda pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de maio, deve postergar o início do ciclo de altas da Selic. Contudo, é necessário ponderar que a segunda-feira teve liquidez reduzida. Nos longos, seguem pesando as preocupações com o quadro fiscal e eleitoral, embora o dia hoje não tenha trazido novidades nestas áreas.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019 encerrou em 6,780%, de 6,824% no ajuste de sexta-feira. A taxa do DI para janeiro de 2020 passou de 8,22% para 8,20% e a do DI para janeiro de 2021, de 9,22% para 9,18%. A taxa do DI para janeiro de 2023 fechou em 10,66%, de 10,64% e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 11,28% para 11,34%.

O IBC-Br teve baixa de 3,34% em maio ante abril, na série com ajuste sazonal, informou o Banco Central, passando de 138,01 pontos para 133,40 pontos, menor patamar para o dado com ajuste desde dezembro de 2016 (132,87 pontos). O resultado veio praticamente em linha com a mediana das estimativas da pesquisa do Projeções Broadcast (-3,40%) e foi fortemente impactado pela greve dos caminhoneiros. De todo modo, o número colocou no radar possibilidade de PIB negativo no segundo trimestre.

A precificação da curva a termo, nesta tarde, apontava cerca de 35% de possibilidade de alta e 65% de chance de manutenção da Selic em 6,50% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 31 de julho e 1º de agosto, segundo cálculos do Haitong Banco de Investimento.

A ponta longa ainda reflete os receios de que o governo não consiga fechar suas contas nos próximos anos, ampliados pela chamada pauta-bomba do Congresso e ainda sob o risco de eleição de um candidato a presidente não alinhado às reformas. “A LDO ainda repercute no mercado de juros, sob consenso de que há risco para o teto de gastos de 2019, e isso segura prêmio na ponta longa”, avalia o Daniel Xavier, economista-chefe do DMIGroup. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2019 foi aprovada pelo Congresso na semana passada, mas os parlamentares derrubaram a proibição para concessão de novos reajustes para servidores públicos no ano que vem.

Nos demais ativos, às 16h30, o dólar à vista subia 0,32%, aos R$ 3,8622.

Autor: Denise Abarca
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