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China lamenta anúncio sobre tarifa dos EUA, mas mostra cautela sobre retaliação

11/07/2018

O anúncio dos Estados Unidos de que podem impor novas tarifas deixa a China em uma posição de retaliar de maneira que pode gerar dúvida sobre seu compromisso com as regras do comércio global. O governo do presidente americano, Donald Trump, anunciou que pode impor 10% em tarifas sobre mais US$ 200 bilhões em produtos chineses. Como Pequim não conseguiria impor o mesmo patamar de ação, revisa planos para contra-atacar de outro modo, afirmaram autoridades chinesas ligadas aos planos.

As medidas em discussão incluem segurar licenças para companhias dos EUA, retardar a aprovação de fusões e aquisições que envolvem empresas americanas e reforçar inspeções de produtos americanos nas fronteiras, disseram as fontes. Um comunicado do Ministério do Comércio chinês disse que o país estava “chocado” com a ação americana e que “não havia opção a não ser adotar contramedidas necessárias”.

Em privado, porém, autoridades mostram mais cautela. Graduadas autoridades chinesas avaliam o quão longe podem pressionar com a retaliação sem prejudicar outros interesses nacionais, segundo as fontes. As medidas retaliatórias são o tipo de barreiras não tarifárias que os EUA e a Europa lamentam há tempos. Além disso, uma fonte lembrou que há desafios comuns com Washington, como a mudança climática, o terrorismo e outros problemas, e a disputa tarifária ameaça a economia local, que já desacelera.

A China estuda se as barreiras já adotadas afetam negócios americanos em seu território, disseram as fontes. Em particular, busca sinais de que companhias dos EUA podem deixar o país, o que seria um revés no esforço para atrair capital estrangeiro e manter empregos. Internacionalmente, a China busca aparecer como um parceiro comercial responsável.

“O governo chinês entende que uma guerra comercial em larga escala causa mais prejuízo econômico para a China e trabalha duro para evitar isso”, afirmou Wang Tao, economista-chefe para China do UBS Group. Tanto Washington como Pequim deixam a porta aberta para o diálogo para resolver a disputa, embora não existam negociações em andamento neste momento. Fonte: Dow Jones Newswires.

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