Alagoas

Alagoas teve 76 mulheres vítimas de feminicídio nos últimos três anos

07/03/2018
Alagoas teve 76 mulheres vítimas de feminicídio nos últimos três anos

Os números de assassinatos contra mulheres crescem a cada dia. Dados levantados pelo G1 junto à Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) revelam que nos últimos três anos, 76 foram vítimas de feminicídio no Estado, que é quando a mulher é morta em crimes de ódio motivados pela condição de gênero.

Em 2015, das 78 mulheres assassinadas, apenas nove casos foram classificados como feminicídio. Em 2016, 54 mulheres foram mortas e 36 foram classificadas como feminicídio. Em 2017, das 74 mulheres assassinadas, 31 foram contabilizadas como feminicídio.

O G1 publica nesta quarta e nesta quinta-feira um material especial sobre violência contra a mulher dentro do Monitor da Violência, uma parceria do portal com o Núcleo de Estudos da Violência da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

O levantamento também revela a taxa de mortes a cada 100 mil mulheres. Em 2017, Alagoas teve a pior média (1,8) do Nordeste, seguido por Pernambuco (1,6), Maranhão (1,4) e Piauí (1,4). O estado de Sergipe apresentou a melhor taxa na região, 0,5; Apenas Ceará não tem dados específicos.

Nos anos anteriores, o número de estados sem dados específicos era maior, mas Alagoas aparece com taxa de 2,1 homicídios por 100 mil mulheres em 2016, e em 2015, 0,5.

No Brasil, 12 mulheres são assassinadas todos os dias, em média, considerando os dados oficiais dos estados relativos a 2017. São 4.473 homicídios dolosos, sendo 946 feminicídios.

Trata-se de um aumento de 6,5% em relação a 2016, quando foram registrados 4.201 homicídios (sendo 812 feminicídios). Isso sem contar o fato de alguns estados ainda não terem fechado os dados do ano passado, o que pode aumentar ainda mais a estatística.

Desde 9 de março de 2015, a legislação prevê penalidades mais graves para homicídios que se encaixam na definição de feminicídio – ou seja, que envolvam “violência doméstica e familiar e/ou menosprezo ou discriminação à condição de mulher”. Os casos mais comuns desses assassinatos ocorrem por motivos como a separação.