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Blocos brasileiros agitam o carnaval de Lisboa

13/02/2018
Blocos brasileiros agitam o carnaval de Lisboa
Bloco Bué Tolo, inspirado no Boi Tolo, que arrasta multidões no Rio de Janeiro, agita nas ruas de LisboaLeonardo Mesquita/Facebook/Divulgação

Bloco Bué Tolo, inspirado no Boi Tolo, que arrasta multidões no Rio de Janeiro, agita nas ruas de LisboaLeonardo Mesquita/Facebook/Divulgação

A folia brasileira atravessou o Atlântico e agita a cidade de Lisboa neste feriadão. Desde o sábado (10) até hoje (13), terça-feira de carnaval, diversos grupos brasileiros saem às ruas lisboetas, com muita música, fantasias e animação. No domingo saíram os blocos Baque do Tejo, tocando maracatu, e o Bué Tolo, inspirado no Boi Tolo, que arrasta multidões no Rio de Janeiro.

Ontem (12), a festa teve um “arraial de carnaval”, na Associação Renovar a Mouraria, instituição de Lisboa que tem uma forte relação com o Brasil.

Inês Andrade, presidente da associação, que tem como objetivo revitalizar o bairro histórico da Mouraria, em Lisboa, conversou com a Agência Brasil e contou que, após viver um período no Brasil, entre Recife e Olinda, encontrou muitas semelhanças destas cidades com o bairro lisboeta.

“A Renovar a Mouraria” é muito inspirada em Olinda. Eu fui fazer uma pesquisa de mestrado lá e fiquei encantada. Quando regressei, comecei a imaginar, a ver a Mouraria como Olinda, com aquela dinâmica cultural tão intensa. A associação nasceu em 2008 e a Mouraria estava muito degradada e isso vinha de muitas décadas. O projeto surgiu no intuito de inverter este estigma”, disse Inês.

O evento teve concurso de máscaras, churrasco e uma moqueca de peixe com uma receita inventada por Inês. Tanto dentro como fora da associação haverá música onde o repertório brasileiro estará presente, assegura Inês. A entrada é livre e o evento apropriado para crianças.

Terça-feira movimentada

Hoje (13), a programação continua com o Bloco Fuzuê, que promete relembrar os carnavais brasileiros com ritmos como axé, marchinhas e sambas enredos. A concentração será na Praça Martim Moniz, no centro da capital portuguesa, a partir das 14h.

Haverá ainda carnaval no Village Underground, espaço com uma estrutura arquitetônica original que utiliza contâineres marítimos transformados em escritórios e dois ônibus convertidos em cafés e sala de reuniões. Lá, a festa está marcada para as 15h. Os blocos Colombina Clandestina e o Baque do Tejo, que já saíram durante o fim de semana, prometem juntar-se para a folia. O bloco Bué Tolo é outro que vai sair na terça-feira.

Já o Colombina Clandestina, bloco carnavalesco que celebra o feminino, a diversidade e a deliciosa liberdade de viver a rua, saiu no sábado (10), na Alfama. O bloco foi criado pela “paixão pelas cores, cenários e pluralismo cultural de Alfama, misturada com a saudade do lúdico e tradicional carnaval de rua”, dizem as organizadoras Andréa Freire, Daniele Simões e Laura Lara.

Carnaval português

Portugal é um país que também vive a tradição do carnaval. Em alguns locais, como na Ilha da Madeira ou em cidades como Torres Vedras e Loures, há desfiles carnavalescos como os brasileiros, com carros alegóricos e fantasias produzidas ao longo do ano anterior.

No entanto, não há como comparar as festas brasileiras com as portuguesas. No Brasil, o carnaval arrasta milhões de foliões. Em Portugal, país que tem uma população total de 10,3 milhões, a festa é bem mais tímida. Um fator interessante que não pode ser esquecido é o clima. Enquanto no Brasil o carnaval acontece em pleno verão, em Portugal é inverno. E o clima, muitas vezes chuvoso e com temperaturas muito baixas, nem sempre convida para as festas de rua.