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Arapiraca é município piloto em pesquisa da Ufal sobre hanseníase

26/01/2018
Arapiraca é município piloto em pesquisa da Ufal sobre hanseníase
Equipes da Ufal e do programa de hanseníase realizam coleta sanguínea para análise genética

Equipes da Ufal e do programa de hanseníase realizam coleta sanguínea para análise genética

“Fatores de susceptibilidade à hanseníase em Alagoas: aspectos epidemiológicos, genéticos e imuno-inflamatórios” é o tema de pesquisa que está sendo realizada pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), no campus Arapiraca, que escolheu o município para ser o projeto piloto.

No período de 10 anos, de 2006 a 2016, foram diagnosticados 267 casos em Arapiraca, segundo relatório da Secretaria Municipal de Saúde. A professora e autora do projeto, Carolinne de Sales, bioquímica com mestrado e doutorado em Biologia Molecular e Genética, explica que a pesquisa vai começar a investigar fatores genéticos específicos que possam influenciar na ocorrência da doença na região, que inclui Arapiraca e municípios vizinhos.

“O estudo contribuirá de maneira inédita para a caracterização dos fatores genéticos de risco ou proteção da hanseníase em Alagoas, os quais podem ser úteis como ferramenta auxiliar de prognóstico ao adoecimento ou agravamento do quadro clínico dos pacientes”, afirmou Caroline de Sales, que também ressaltou a importância da participação do município, através da Secretaria Municipal de Saúde, com a inclusão de pacientes atendidos no Centro de Referência Integrado de Arapiraca (CRIA).

Segundo dados apresentados no projeto da pesquisa, alertam que a hanseníase é uma patologia crônica, infecciosa, causada pelo Mycobacterium leprae, dotado de um alto poder impactante. Apesar de possuir tratamento disponível que possibilite a cura da doença, o Brasil continua apresentando taxas elevadas de incidência, onde figura em segundo lugar no mundo, em casos novos notificados, e primeiro lugar nas Américas, sendo responsável por aproximadamente 93% dos casos totais.

A professora Carolinne de Sales participou de atividades na UBS do bairro Baixão, que realizou o “Dia da Mancha”, em alusão ao Janeiro Roxo. Entre as ações, divulgou a pesquisa para agentes de saúde e a comunidade. Ainda realizou coleta sanguínea de pacientes voluntários, diagnosticados com a doença, para análise genética que fará parte da pesquisa.

No mesmo dia, mas já na Ufal, ela apresentou as instalações do Laboratório de Biologia Molecular e Expressão Gênica e a equipe da pesquisa. No local, expôs como faz o procedimento para investigar os fatores genéticos dos pacientes. Segundo a professora, o momento proporcionou a integração dos pesquisadores e a equipe de saúde do município.