Política

Lula diz que representa uma ideia que sobreviverá à ‘perseguição’ contra ele

04/10/2017
Lula diz que representa uma ideia que sobreviverá à ‘perseguição’ contra ele

Correndo o risco de ficar inelegível se for mantida sua condenação na segunda instância do Judiciário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, em ato político em frente à sede da Petrobras, no Rio, que ele é “uma ideia” assumida por milhões de pessoas, e que sobreviverá mesmo com a suposta perseguição contra ele.

— O Lula não é o Lula, o Lula é uma ideia assumida por milhões de pessoas e já renasceu em milhões de pessoas que querem soberania e dignidade — afirmou o petista, em cima de um carro de som, em um ato “pela soberania nacional” e contra a agenda de privatizações do governo Michel Temer.

Lula foi condenado em primeira instância, pelo juiz Sérgio Moro, a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá, no litoral de São Paulo. Ele ainda é réu em outras seis ações penais.

— Se preparem, me processem, mintam o quanto quiser, mas eu vou voltar (…). Deus me abençoou e Deus sabe que eu vou vencer essa parada e quem vai vencer não é o Lula, e sim o povo brasileiro e a verdade.

O ex-presidente voltou a se comparar a Tiradentes:

— Nós só temos um herói neste país que é o Tiradentes. O Tiradentes queria a independência e eles resolveram matá-lo. Enforcaram o Tiradentes, esquartejaram o Tiradentes, salgaram a carne de Tiradentes e penduraram no poste para que servisse de exemplo e nunca mais se pensasse em independência. Eles mataram a carne, mas não conseguiram matar as ideias libertárias.

Em seu discurso, o petista criticou o plano de privatizações do governo Temer, ao qual se referiu como “uma corja”:

— Não é possível abdicar do BNDES, da Eletrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica, da Casa da Moeda. Essa gente está vendendo tudo porque não tem competência. O Brasil estará abrindo mão de fazer política econômica. A Petrobras não é só uma empresa de petróleo, é uma agência de desenvolvimento — afirmou ele, que colocou um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e vestiu um jaleco de petroleiro.