Brasil

Escritora denuncia estupro de motorista da Uber em SP

29/08/2017
Escritora denuncia estupro de motorista da Uber em SP

escritora escritora

A escritora Clara Averbuck, 38 anos, fez uma publicação nesta segunda-feira (28), no Facebook, em que denuncia ter sido estuprada por um motorista da Uber na última noite. A vítima mora em São Paulo.

Na publicação, a escritora relata a violência sofrida. “Fui violada de novo, violada porque sou mulher, violada porque estava vulnerável e mesmo que não estivesse poderia ter acontecido também. o nojento do motorista do uber aproveitou meu estado, minha saia, minha calcinha pequena e enfiou um dedo imundo em mim”, contou.

Clara aproveitou para fazer um alerta e expor toda sua indignação sobre o mundo não ser seguro para as mulheres. “Estou com o olho roxo e a culpa de ter bebido e me colocado em posição vulnerável não me larga. a culpa não é minha. eu sei. a dor, a raiva e a impotência também não me largam. Estou falando tudo isso para que todas as que me leem saibam que pode acontecer com qualquer uma, a qualquer momento, e que o desamparo e o desespero são inevitáveis. O mundo é um lugar horrível pra ser mulher”, escreveu.

Leia a publicação na integra abaixo:

bom, virei estatística de novo. queria chamar de “tentativa de estupro” mas foi estupro mesmo. tava bêbada? tava. foda-se. não vou incorrer no mesmo erro de quando eu era adolescente e me culpar. fui violada de novo, violada porque sou mulher, violada porque estava vulnerável e mesmo que não estivesse poderia ter acontecido também. o nojento do motorista do uber aproveitou meu estado, minha saia, minha calcinha pequena e enfiou um dedo imundo em mim, ainda pagando de que estava ajudando “a bêbada”. estou machucada mas estou em casa e medicada pra me acalmar. estou decidindo se quero me submeter à violência que é ir numa delegacia da mulher ser questionada, já que a violência sexual é o único crime que a vítima é que tem que provar. não quero impunidade de criminoso sexual mas também não quero me submeter à violência de estado. justamente por ter levado tantas mulheres na delegacia é que eu sei o que me espera. estou ponderando. estou com o olho roxo e a culpa de ter bebido e me colocado em posição vulnerável não me larga. a culpa não é minha. eu sei. a dor, a raiva e a impotência também não me largam. estou falando tudo isso para que todas as que me lêem saibam que pode acontecer com qualquer uma, a qualquer momento, e que o desamparo e o desespero são inevitáveis. o mundo é um lugar horrível pra ser mulher.