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Autor do ataque de Manchester comprou maior parte de bomba sozinho, diz polícia

31/05/2017
Autor do ataque de Manchester comprou maior parte de bomba sozinho, diz polícia

O autor do ataque suicida da semana passada em Manchester, Salman Abedi, provavelmente comprou os principais componentes da bomba e realizou a maior parte das ações sozinho, afirmou a polícia, que segue investigando a explosão.

Policiais da cidade do norte da Inglaterra prenderam 16 pessoas desde o ataque na saída de uma arena, onde ocorria o show da cantora americana Ariana Grande. O atentado matou 22 pessoas, incluindo crianças e adultos, e deixou 116 feridos.

“Nossos inquéritos mostram que o próprio Abedi fez a maior parte das compras dos componentes centrais e o que está se tornando aparente é que muitos de seus movimentos e ações foram realizados sozinhos durante os quatro dias desde que ele aterrissou no país até quando cometeu esse terrível ataque”, disse Russ Jackson, chefe de uma unidade antiterrorismo.

A polícia tem investigado as últimas ações de Abedi analisando seus telefonemas e assistindo a seus movimentos em circuitos fechados de televisão especialmente a partir do momento em que ele chegou da Líbia, quatro dias antes do massacre.

“Nós também temos um bom entendimento dos prováveis componentes da bomba e de onde vieram”, disse Jackson.

Autoridades ainda estão tentando determinar se Abedi fazia parte de uma rede maior, o que ainda não foi descartado.

“Há ainda algumas coisas que nos preocupam sobre seu comportamento antes do ataque”, acrescentou.

 

Bomba

 

De acordo com especialistas, a bomba detonada por Salman Abedi era um potente artefato caseiro equipado com um detonador sofisticado.

Os primeiros detalhes sobre o artefato foram divulgados pelo jornal americano New York Times, que publicou oito fotografias mostrando diferentes partes: o detonador, a bateria, os restos da mochila onde o dispositivo foi escondido, e parafusos e peças metálicas utilizados para aumentar os danos causados às vítimas.

“Em termos de componentes, alguns são acessíveis e fáceis de encontrar”, explicou à AFP Will Geddes, proprietário da empresa de segurança ICP.

Mas o detonador, uma peça metálica em forma de tubo, “é muito difícil de conseguir sem levantar suspeitas”, estimou, considerando que tal parte dificilmente passaria por um controle de segurança em um aeroporto.

De acordo com New York Times, o detonador continha um pequeno circuito impresso, e não um simples interruptor, como é geralmente o caso, o que sugere a existência de um mecanismo retardador ou para fazer a bomba explodir remotamente.

De acordo com fontes dos serviços de segurança citadas pelo jornal The Independet, o explosivo continha peróxido de hidrogênio, um composto químico que faz parte do fabrico do TATP, um pó branco utilizado nos atentados de 2016 em Bruxelas.