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Rússia veta resolução do Conselho de Segurança da ONU que pede investigação sobre ataque químico na Síria
A Rússia vetou nesta quarta-feira (12) no Conselho de Segurança da ONU o projeto de resolução que pedia uma investigação sobre o ataque químico na Síria que matou mais de 80 pessoas na semana passada. O texto, que condena o ataque e pressiona o governo sírio a colaborar com as investigações, foi apresentado por Estados Unidos, França e Reino Unido.
O texto recebeu 10 votos a favor, 3 abstenções e 2 votos contrários, o da Bolívia e da Rússia, que fez valer seu direito de veto como membro permanente do Conselho. A Rússia é uma firme aliada do governo de Bashar al-Assad.
As abstenções foram da China, Etiópia e do Cazaquistão. De acordo com a Reuters, a China já vetou seis resoluções do Conselho sobre a Síria desde o início da guerra civil no país, há seis anos.
Reunião de emergência
O Conselho de Segurança fez uma reunião de emergência no dia 5 de abril para discutir o ataque na Síria, mas os embaixadores adiaram a votação de uma resolução, apresentada pelos mesmos países que pedia uma investigação “exaustiva” no local. Naquela discussão, a Rússia afirmou que o texto era “categoricamente inaceitável”.
A Inteligência dos Estados Unidos, a Organização Mundial da Saúde e a ONG Médicos sem Fronteiras afirmam que evidências iniciais apontam para o uso de gás no ataque. A administração Trump e outras autoridades internacionais – como do Reino Unido e da França – acusam o governo da Síria de ser o responsável pelo bombardeio, alegação que o Exército sírio nega.
Todos os integrantes do Conselho de Segurança da ONU condenaram o uso de armas químicas, mas não chegaram a um consenso sobre o responsável pelo ataque, com o representante russo citando o suposto vazamento de gás de uma fábrica.
A Rússia, aliada da Síria no conflito, afirma que o gás tóxico foi vazado quando aviões da Síria bombardearam uma fábrica de munição dos rebeldes.
Ataque dos EUA
No dia seguinte à reunião, os Estados Unidos lançaram 59 mísseis Tomahawk contra uma base aérea na Síria, em resposta ao ataque químico e em uma primeira ação direta dos EUA contra o presidente sírio Bashar Al- Assad. Trata-se de uma mudança significativa na ação americana na região, pois até então os EUA apenas vinham atacando o grupo Estado Islâmico.
Os mísseis foram lançados dos destróieres USS Porter e USS Ross contra “aeronaves, abrigos de aviões, áreas de armazenamento de combustível, logística e munição, sistema de defesa aérea e radares”, segundo o porta-voz do Pentágono, Jeff Davis.
Um funcionário da Casa Branca que pediu para não ser identificado disse nesta terça, segundo a agência France Presse, que o governo dos EUA está investigando uma possível cooperação da Rússia no ataque químico realizado na Síria. A fonte acusou a Rússia de articular uma campanha de desinformação para “confundir o mundo” sobre o que os Estados Unidos dizem a respeito do uso de gás sarin – o agente químico que supostamente foi usado – por parte de Damasco.
Segundo o funcionário, Moscou está tentando sistematicamente encobrir a culpa do regime sírio para atribuí-la ao grupo Estado Islâmico. A fonte acrescentou que a inteligência dos Estados Unidos não acredita que o EI possua gás sarin.
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