Política

Gervásio Raimundo diz que ninguém tira mandato de Renan Calheiros no Senado

20/03/2017
Gervásio Raimundo diz que ninguém tira mandato de Renan Calheiros no Senado
Gervasio Raimundo antecipa eleições de 2018 (Foto Kenyn Rodrigues)

Gervasio Raimundo antecipa eleições de 2018 (Foto Kenyn Rodrigues)

Natural de Quebrangulo e há 66 anos morador de Palmeira dos Índios, o ex-vereador da cidade, ex-presidente da Câmara Municipal e ex-deputado estadual, Gervásio Raimundo, faz uma ampla avaliação sobre as eleições do próximo ano, em visita à redação da Tribuna do Sertão.

Experiente, o agropecuarista, que elegeu o filho, Marcelo Victor, como seu sucessor no Legislativo alagoano, acredita que o senador Renan Calheiros, ex-presidente do Congresso, garanta a reeleição com tranquilidade. “Tomar de Renan a eleição ao Senado é muito difícil. É um nome muito forte para a reeleição e o ministro Marx Beltrão também está surgindo como uma outra boa opção”, acredita. Ambos são do PMDB.

Em relação à eventual candidatura de Heloísa Helena, que já foi senadora, Gervásio opina que ela tenha chance de vitória na eleição para a Assembleia Legislativa, cargo que ela já ocupou no passado, inclusive sendo sua contemporânea, na Casa de Tavares Bastos. “Para a Câmara Federal, a Heloísa pode até arranhar, até porque ela já sai de Maceió com mais de 20 mil votos, mas o aconselhável para ela é tentar voltar a ser deputada estadual mesmo”.

O ex-deputado relembra o episódio em que, segundo ele, a ex-parlamentar teria forjado, ao lado do também deputado estadual, Cícero Ferro, um atentado, quando tentava a vaga de prefeita de Maceió, pelo PT, disputando com a hoje secretária de Saúde de Palmeira dos Índios, Kátia Born, que saiu vitoriosa naquela eleição. O atentado aconteceu em novembro de 1996, quando a casa onde ela morava foi alvejada por 26 tiros. Na mesma noite, a sede do PT em Maceió também foi alvo de balas.

Gervásio Raimundo conta, em tom de brincadeira, que comprou três roupas coloridas para ela vestir quando senadora por Alagoas. “Ela não volta mais para o Senado, porque, quando ocupou aquele cargo, nunca fez nada pelo nosso Estado”, conta.

Sobre a eleição para o Governo de Alagoas, diz que ainda não é o momento de Rui Palmeira, como está sendo cogitado. “Não acho que Rui tenha coragem de deixar a Prefeitura; ele tem que cumprir mais um mandato, para dar sequência ao trabalho que vem realizando. Ainda acho que ele não entra. É um bom nome, uma boa pessoa, não é arrogante, tem família de tradição na política, mas este não é o momento dele, até porque Renan Filho está fazendo um grande trabalho e não vai ser fácil tirar o governo das mãos dele. E está conseguindo governar em harmonia com todos os poderes”.

Gervásio chegou a reclamar da postura do governador, que vetou o reajuste dos deputados estaduais, que teriam aprovado, este ano, um reajuste de R$ 20 para R$ 25 mil. Ele alegou que os gastos e responsabilidades dos parlamentares no Legislativo são enormes, com vários pleitos para atender, não apenas dos eleitores, mas dos prefeitos e vereadores que os ajudaram a se elegerem.

“Vamos dar um tempo ao prefeito Júlio Cezar”

Gervásio acha muito cedo para avaliar a administração de Júlio Cezar em Palmeira dos Índios, já que o prefeito assumiu em janeiro. “Está começando agora a gestão e tem quatro anos para se firmar e fazer alguma coisa por Palmeira. É uma pessoa inteligente e bem intencionada. Temos que dar um tempo para ele”.

Sobre a seca que assola a cidade, diz que nunca tinha visto nada semelhante na História de Palmeira dos Índios. “Mas para tudo há uma saída; os ministros estão prometendo ajudar na questão da água; temos políticos influentes em Brasília e acredito que isso vá ajudar a combater os efeitos e auxiliar a população a passar por esse momento difícil”.

Gervásio Raimundo – que nunca perdeu uma eleição disputada, graças a uma estratégia política bem planejada – acha que o ex-presidente Lula não deve sair para mais nenhum cargo publico. “E, se ele entrar, vai fazer um estrago, uma buraqueira”. Avalia que a ex-presidente Dilma possa até ser eleita a um cargo na Câmara Federal.