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Brasil precisa agir o quanto antes, diz União Europeia sobre exportação de carne
A credibilidade da carne brasileira na União Europeia depende apenas do Brasil, que precisa garantir o controle sobre a produção do setor agropecuário, declarou hoje (27) o comissário de Saúde e Segurança Alimentar do bloco europeu, Vytenis Andriukaitis, em visita à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, zona norte da capital fluminense. “O Brasil precisa agir o quanto antes, tomar medidas rapidamente, com boa cooperação e entendimento mútuo”, disse ele.
A visita de Andriukaitis ao Brasil foi marcada antes da deflagração da Operação Carne Fraca e, segundo o comissário, será uma oportunidade para discutir estratégias de cooperação para solucionar o problema da queda das exportações das carnes brasileiras. A União Europeia suspendeu a importação de frigoríficos investigados pela Polícia Federal (PF).
As investigações da Operação Carne Fraca revelaram um esquema envolvendo fiscais agropecuários a serviço do Ministério da Agricultura e donos de frigoríficos nos estados do Paraná, de Minas Gerais e Goiás. A PF afirma que os fiscais investigados recebiam propina para emitir certificados sanitários sem fiscalização efetiva da carne.
O representante do bloco europeu reúne-se amanhã (28) com vários ministros em Brasília, entre os quais o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi. Um dos temas da pauta serão as medidas que estão sendo tomadas para melhorar os instrumentos oficiais de controle sanitário, de qualidade, transparência e fiscalização do setor.
“Sem isso, não há chance de manter um comércio comum”, disse Andriukaitis ao ressaltar a importância da parceria do bloco com o Brasil: “O Brasil é um parceiro comercial muito importante, precisamos ver como continuar com essa boa parceria. A única forma é garantindo 100% de segurança alimentar, pois é um problema de saúde pública.”
Na manhã de hoje, o comissário conversou com a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, sobre doenças transmitidas por insetos (zika, dengue, chikungunya, malária e outras), desenvolvimento de tratamentos e vacinas, resistência antimicrobiana, pesquisa sobre novos antibióticos contra hanseníase, entre outros temas.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento anunciou nesta segunda-feira a interdição de mais duas unidades frigoríficas, que são alvo da Operação Carne Fraca: o Souza Ramos, em Colombo, e Transmeat, em Balsa Nova, ambos no Paraná.
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