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Brasileiro pode pegar até 20 anos de cadeia após polícia dos EUA achar US$ 20 milhões sob colchão

06/01/2017
Brasileiro pode pegar até 20 anos de cadeia após polícia dos EUA achar US$ 20 milhões sob colchão

O brasileiro Cléber Rene Rizério Rocha, de 28 anos, preso por lavagem de dinheiro em Westborough, no estado de Massachusetts (EUA), após a polícia descobrir cerca de US$ 20 milhões (R$ 64 milhões) escondidos sob um colchão, pode pegar até 20 anos de cadeia e ser multado em até US$ 250 mil (R$ 800 mil), segundo a imprensa americana.

As autoridades americanas anunciaram na quinta-feira (5) que cerca de US$ 20 milhões foram descobertos sob um colchão. O dinheiro foi apreendido após a prisão de Rocha, acusado de conspiração para cometer lavagem de dinheiro em um caso ligado à investigação da TelexFree, que se promovia como uma companhia de internet e telecomunicações mas se tratava, na verdade, de um esquema de pirâmide de dinheiro, de acordo com investigadores.

A prisão foi resultado de uma investigação sobre a TelexFree, uma companhia sediada em Marlborough, Massachusetts, que vendia serviços de voz sobre Internet (Voip) e foi fundada por James Merrill, um cidadão norte-americano, juntamente com o brasileiro Carlos Wanzeler.

Procuradores disseram que a TelexFree era um grande esquema de pirâmide de dinheiro, ganhando pouco dinheiro com a venda de serviços e fazendo milhões de dólares com milhares de pessoas que pagavam uma taxa de assinatura para serem “promotores comerciais” e publicarem anúncios online para a empresa.

A TelexFree pediu falência em abril de 2014, com dívida de US$ 5 bilhões (R$ 16 bilhões) a seus participantes, de acordo com procuradores. No total, cerca de 965 mil vítimas nos EUA, Brasil e outros países perderam US$ 1,76 bilhão com o fracasso da companhia, segundo eles.

Merril foi preso em maio de 2014 e se declarou culpado de conspiração e fraude eletrônica em outubro. Wanzeler fugiu para o Brasil em 2014 e não pode ser extraditado.

De acordo com a queixa criminal de quinta-feira, uma pessoa atuando em nome de um sobrinho de Wanzeler abordou uma testemunha que cooperava com as autoridades para falar sobre a lavagem de dinheiro que estava nos EUA, utilizando contas em Hong Kong e movimentando os fundos para o Brasil.

A intermediária disse à testemunha que ela queria US$ 40 milhões transferidos para fora do país porque a mulher de Wanzeler, que ainda morava nos EUA, estava entrando com pedido de divórcio e sabia onde o dinheiro estava localizado, segundo a queixa.

Em 31 de dezembro, Rocha, atuando como mensageiro para o sobrinho de Wanzeler, foi para os EUA e subsequentemente encontrou-se, na quarta-feira, com a testemunha, à qual ele deu US$ 2,2 milhões em uma maleta, de acordo com autoridades.

Após o encontro, agentes federais seguiram Rocha a um complexo de apartamentos em Westborough, Massachusetts.

Depois da prisão do suspeito, eles retornaram ao apartamento e descobriram uma “quantidade substancial de dinheiro” escondido sob um colchão, segundo a queixa. Rocha disse haver um total de US$ 20 milhões.

Segundo a agência Reuters, o advogado de Wanzeler não respondeu imediatamamente a pedidos por comentários.