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Testemunha se contradiz em juízo sobre compra de voto em Minador do Negrão

12/12/2016
Testemunha se contradiz em juízo sobre compra de voto em Minador do Negrão
Gleysson é acusado de orientar testemunha em seu favor em AIJE

Gleysson (na foto à esquerda ao lado do vice eleito) é acusado de orientar testemunha em seu favor em AIJE

O prefeito eleito de Minador do Negrão está sendo acusado de haver orientado uma testemunha a mentir em juízo na Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) que apura denúncia de compra de voto na eleições de 2 de outubro. Gleysson Cardoso Ferro (PMDB), sobrinho da atual prefeita Socorro Cardoso Ferro, seu vice José Emílio Tenório Barros e o candidato a vereador Ivan Terto de Oliveira teriam prometido ajuda em dinheiro, assistência médica, trator e carro para viagens em troca de votos.

Francisco Antônio de Oliveira, o beneficiado e que teve a conversa com os três acusados gravada, negou na Justiça que houvesse um acerto financeiro entre ele e os então candidatos. A ajuda mensal seria de R$ 200 e R$ 300. Disse que a ajuda seria para que trabalhasse nas carretas da campanha de Ivan Terto, mas seu depoimento confuso terminou sendo desmentido pela esposa, Maria de Lourdes Carvalho Oliveira.

Maria de Lourdes disse que dois cheques foram depositados na conta do marido, enquanto este afirmou ter apenas endossado os dois e os devolvido ao candidato a vereador, tendo recebido o valor em dinheiro. Ocorre que um terceiro cheque, com numeração anterior mas com data posterior aos que teriam sido depositados na conta de Francisco traz indícios de que Gleysson Cardoso, Emílio Tenório e Ivan Terto tentaram produzir provas em seu favor após a divulgação da existência da gravação da conversa que se deu na casa de Francisco, com a presença da filha de 15 anos, Francilene.

Em determinado trecho da conversa, Gleysson pergunta a Maria de Lourdes se a filha já teria 16 anos no dia da eleição e se poderia votar, mas com a resposta negativa da mãe, afirma : “então não tem como, não tem como fazer”.

A denúncia contra Gleysson Cardoso, Emílio Tenório e Ivan Terto foi feita pelo candidato derrotado Josias Soares da Silva, o Josias Aprígio (DEM) e pela coligação Unidos por um Minador Melhor. Nela eles pedem a inelegibilidade dos três e que eles tenham seu registro de candidatura ou diplomação cassados.