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Semana Literária da Uneal consolida conexões poéticas com o povo

06/12/2016
Semana Literária da Uneal consolida conexões poéticas com o povo

O que é poesia? Esta é uma das perguntas filosóficas que mais chegam perto das famosas “Quem sou eu?”, “De onde viemos e para onde vamos?” e “O que é a morte?”.

Há quem diga que a poesia é um estado de espírito. Há outros que dizem que ela transita no nosso dia a dia, sem que os nossos olhares se cruzem constantemente. Poesia é subjetiva. Cada a consome a seu modo.

Semana Literária da Uneal consolida conexões poéticas com o povo

Semana Literária da Uneal consolida conexões poéticas com o povo

Assim, a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) realizou nesta última semana mais uma edição da Semana de Estudos Literários (Semali), trazendo à baila essa discussão com o tema “Literatura: Fronteiras, Travessias e Conexões”.

Já na quinta-feira (30), houve vasta programação com abertura do Coral Pequenos Tons e o professor dr. Cristiano Cezar falando sobre o tema desta 4ª edição da Semali.

Em seguida, foi a vez da poeta Marta Eugênia realizar o recital “A Arte do Encontro: Corpo, Som e Poesia”, com presença dos também poetas Gustavo de Macêdo e Breno Airan.

No auditório Dona Bezinha, ela colocou o corpo como extensão da voz poética. A performance “dá liga” ao significado do todo. Isso cabe bem na literatura marginal exercida por Gustavo, que declamou alguns textos de seu primeiro livro, que já está sendo escrito.

“Um momento como esse é uma epifania coletiva: discutir as sutilezas e inutilezas da estética, da arte em si e da representação das coisas. Arapiraca precisa de mais eventos como este”, diz ele.

À noite, na Tenda Cultural Zezito Guedes, houve um encontro animado entre os poetas alagoanos Nilton Resende, José Inácio de Vieira Melo e Cosme Rogério Ferreira, divagando sobre as companhias literárias que elegemos, além de fazerem declamações.

Na quinta (1º) e na sexta (2), houve diversos minicursos como “Nas Fronteiras Entre a Literatura e a Vida”, “A Recepção dos Textos Literários Contemporâneos”, “Língua Brasileira de Sinais” e “Introdução à Fenomenologia e ao Existencialismo”, lançamentos de livros, a exemplo do “Solo de Rangidos”, de Jeová Santana, e rodas de conversa como a “Poesia em Sala de Aula”, com o professor dr. Helder Pinheiro, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), afora o show musical da banda de Palmeira dos Índios, Ariel/Kaliban.

Em uma verdadeira “overdose de literatura”, a organizadora da IV Semali e professora do curso de Letras da Uneal, Eliane Bezerra, tira o saldo de tudo. “Nossa intenção era abarcar os diversos eixos temáticos do campo das licenciaturas de nossa universidade e mais que isso: trazer o povo arapiraquense para dentro da Uneal, a fim de que ele se aproprie também desse espaço como seu. As portas estão abertas para o acesso ao conhecimento. E a literatura tem um apelo muito forte para isso”, diz ela, contente com a movimentação.

Outra bastante feliz era a estudante Jéssica Ayres, do 6º período de Letras. Ela apresentou um trabalho poético chamado “A Dança dos Sonhos”, inspirado no clipe da banda irlandesa The Script, “Hall of Fame”. A projeção audiovisual mostra uma garota surda que enfrenta o dia a dia sob olhares gritantes, mas que supera suas dificuldades e o próprio preconceito dos outros.

“A gente deve extrair a literatura de tudo. Foi o que fiz e talvez leve adiante esse tema para um possível Trabalho de Conclusão de Curso [TCC]. A Semali nos instiga a pensar, a fazer do nosso ambiente acadêmico e social um lugar melhor para todos”, conclui a estudante.