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Elogiado pelos aliados e respeitado pelos adversários da ex-presidente Dilma Rousseff, o advogado José Eduardo Cardozo já definiu seu futuro profissional. Após se dedicar desde o ano passado à defesa da petista no processo de impeachment, ele decidiu abrir um escritório de advocacia.

“Em São Paulo vou me associar a um escritório de um amigo, o Marco Aurélio Carvalho. E, aqui em Brasilia, vou montar um pequeno escritório para poder atuar advogando junto a tribunais superiores”, disse Cardozo logo após o Senado decidir pela condenação de Dilma Rousseff por crime de responsabilidade.

Cardozo assumiu a defesa da ex-presidente quando ainda era o responsável pela Advocacia-Geral da União (AGU). Depois, com a aprovação do afastamento, ele pediu autorização para a Comissão de Ética da Presidência da República para continuar atuando no caso. Ministros exonerados devem cumprir uma quarentena de 180 dias. O motivo: eles possuem informações estratégicas sobre o país e a área que atuam.

O órgão abriu uma exceção, concordando com o argumento do ex-ministro de que sua saída do processo provocaria um prejuízo para a defesa de Dilma Rousseff. Além disso, ele afirmou à comissão também que atuaria sem receber salários.

Para abrir o escritório, Cardozo deverá continuar licenciado do cargo de procurador do município de São Paulo. Além disso, o petista, que ocupou o cargo de ministro da Justiça de 1º de janeiro de 2011 a 3 de março de 2016 – ele quem mais ficou no cargo no período democrático no país – e foi deputado federal por dois mandatos consecutivos, também é professor da PUC de São Paulo.

O ex-ministro atuou na defesa de Dilma junto com outros cinco advogados. Faziam parte também os advogados Flávio Crocce Caetano, Breno Bergson Santos, Marthius Sávio Lobato, Bruno Espiñeira Lemos e Renato Ferreira Moura Franco. “Não tenho nem escritório ainda. Tenho minha quarentena até novembro. Depois vou montar minha salinha ali”, disse Cardozo.