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A crise política brasileira chega ao tapete vermelho de Cannes

18/05/2016
A crise política brasileira chega ao tapete vermelho de Cannes
Aquarius leva a crise política brasileira ao tapete vermelho do Festival de Cannes.  (FOTO: JEAN-PAUL PELISSIER - REUTERS)

Aquarius leva a crise política brasileira ao tapete vermelho do Festival de Cannes.
(FOTO: JEAN-PAUL PELISSIER – REUTERS)

 

 

Kleber Mendonça Filho, o cineasta brasileiro que representa o Brasil no Festival de Cinema de Cannes, apresentou nesta terça-feira Aquarius, seu segundo longa-metragem – e o filme que pode resultar na segunda Palma de Ouro entregue ao Brasil. Na sessão de gala, sob os olhares da imprensa internacional e de cineastas do mundo inteiro, o cineasta pernambucano aproveitou para denunciar que “um golpe de Estado aconteceu no Brasil” – segundo cartazes que cada integrante do elenco segurou nas mãos, entre eles a atriz Sonia Braga, que protagoniza o filme.

Nos cartazes, diversas mensagens retiradas de dentro dos paletós escritas em francês e inglês que diziam: “Um golpe de Estado”, “Resistiremos”, “O Brasil já não é uma democracia”, “Machistas, racistas e caloteiros como ministros” e “O mundo não pode aceitar esse Governo ilegítimo”. Um dos membros da equipe também exibia, sob o smoking, uma camiseta vermelha com o lema “Super Dilma”. Dentro da sala, a maioria dos espectadores acompanhou o protesto com grandes aplausos.

Kleber Mendonça Filho, o cineasta brasileiro que representa o Brasil no Festival de Cinema de Cannes, apresentou nesta terça-feira Aquarius, seu segundo longa-metragem – e o filme que pode resultar na segunda Palma de Ouro entregue aoBrasil. Na sessão de gala, sob os olhares da imprensa internacional e de cineastas do mundo inteiro, o cineasta pernambucano aproveitou para denunciar que “um golpe de Estado aconteceu no Brasil” – segundo cartazes que cada integrante do elenco segurou nas mãos, entre eles a atriz Sonia Braga, que protagoniza o filme.

Nos cartazes, diversas mensagens retiradas de dentro dos paletós escritas em francês e inglês que diziam: “Um golpe de Estado”, “Resistiremos”, “O Brasil já não é uma democracia”, “Machistas, racistas e caloteiros como ministros” e “O mundo não pode aceitar esse Governo ilegítimo”. Um dos membros da equipe também exibia, sob o smoking, uma camiseta vermelha com o lema “Super Dilma”. Dentro da sala, a maioria dos espectadores acompanhou o protesto com grandes aplausos.

 

Kleber tem se manifestado publicamente, em entrevistas e redes sociais, contra oimpeachment de Dilma Rousseff. Seu manifesto, registrado em pleno tapete vermelho de Cannes, já gerou forte repercussão no festival e na mídia. Aquarius retrata uma jornalista e escritora que vê sua vida – e o antigo prédio onde mora, na orla do Recife – abalada pelo progresso desordenado. Lá estão, como no longa anterior, a ganância imobiliária, a má arquitetura e outras questões que retratam as grandes cidades brasileiras. Aquarius, recebido com aplausos em Cannes nesta terça-feira, foi elogiado pela crítica.

Em uma entrevista concedida ao The New York Times, o diretor do filme falou dias atrás sobre o impeachment de Dilma. “O que está acontecendo é um golpe de Estado, mas um muito moderno e cínico”, disse Mendonça Filho, nascido em Recife em 1968 e que foi crítico de cinema por décadas, antes de estrear no cinema com O Som ao Redor em 2012.

Pouco depois, Dilma Rousseff agradeceu o apoio manifestado pela equipe em uma mensagem em sua conta no Twitter: “Obrigado, Kleber Mendonça Filho, Sônia Braga e Maeve Jinkings – o talento do Brasil em Cannes. Ao elenco extraordinário do filmeAquarius, um beijo em nome da democracia”.