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Verônica: “Não quero só tomar conta do município, quero cuidar”

08/03/2016
Verônica: “Não quero só tomar conta do município, quero cuidar”
MÉDICA VERÔNICA MEDEIROS busca ser o nome de preferência de James Ribeiro a quem atribui um grande governo: “James fez muito por Palmeira nesses oito anos”

MÉDICA VERÔNICA MEDEIROS busca ser o nome de preferência de James Ribeiro a quem atribui um grande governo: “James fez muito por Palmeira nesses oito anos”

No mês dedicado às mulheres de todo o mundo, o Jornal Tribuna do Sertão fez uma entrevista especial com a dona de casa, mãe, avó, esposa, pediatra, sanitarista, política e estudante do curso de Direito,Verônica Medeiros. Casada, teve três filhos, todos homens, e há pouco mais de um ano se deparou com a maior dor que uma mãe pode sentir: a morte de um deles. Mas a coragem de dar a volta por cima e de reagir às adversidades da vida fez com que a “mulher” Verônica transformasse a dor em luta, que aflorou uma imensa vontade de trilhar o legado deixado pelo falecido filho. A doutora Verônica, como é conhecida, também está entre os três pré-candidatos à prefeitura de Palmeira dos Índios, e segundo ela, está preparada para enfrentar as eleições deste ano, caso seu nome seja indicado pelo grupo político do atual prefeito, James Ribeiro, que tem até o dia 2 de abril para escolher o seu representante.

Tribuna do Sertão (T.S.) O Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 8 de março. O que essa data significa para a senhora?

 

Veronica Medeiros (V.M.) Esse dia representa a luta da mulher pela igualdade, pela cidadania, é símbolo de muitas conquistas. Mas ainda falta muita coisa. A mulher cuida e entende o ser humano de uma maneira extraordinária. A mulher tem o dom de entendimento, de cuidar da casa, dos filhos, do marido e da profissão como ninguém. Mas ainda falta conquistar esse espaço dentro do próprio lar. Nem todos os maridos ajudam nas tarefas e isso sobrecarrega aas mulheres. Muitas estão cansadas da jornada do trabalho e em casa ainda enfrentam outra maior, exatamente por não terem ajuda de seus companheiros. Essa igualdade também precisa ser conquistada. Na época em que fui vereadora, fiz uma sessão especial para homenagear as mulheres da nossa cidade. No dia, um vereador querido disse: “Se a mulher quer mesmo igualdade, quero ver carregar um botijão de gás nas costas” (risos). Mas não é essa igualdade que queremos, a física. O homem é mais forte, claro. Mas queremos a igualdade de maneira total. E queremos caminhar ao lado do homem, e não atrás.

T.S. A senhora é médica, tem 34 anos de profissão, mas há alguns anos se interessou pela política. Como se deu essa vontade de ingressar em uma carreira oposta à medicina?

 

V.M. O meu interesse pela política veio mesmo antes de eu pensar em me candidatar a alguma coisa porque eu sempre acreditei na política. Em 2002 me candidatei a uma vaga na Câmara de Vereadores e fiz um mandato único. Meu perfil não é muito de legislativo, mas gosto de executar. Depois desses quatro anos, me candidatei à prefeitura e perdi. Então, fui convidada a ser vice-prefeita do James Ribeiro, no primeiro mandato dele, e vencemos as eleições. Nesse período, assumi por três vezes a prefeitura, por conta de afastamento do James, inclusive para a campanha do segundo mandato. Já no segundo mandato dele, fui secretária de Saúde durante dois anos, e agora, sou secretária de Planejamento e Gestão. Também fui secretária de Saúde em Igaci e a primeira secretária de Estrela de Alagoas. Agora, tenho o nome lançado como pré-candidata à prefeitura de Palmeira dos Índios. Vamos esperar para ver quem do nosso grupo político vai ser o candidato, ou a candidata, à prefeitura de Palmeira dos Índios.

T.S. E como fica a medicina diante desse quadro?

 

V.M. Na medicina, estou em uma fase de reclusão. Não dou mais plantões, mas também não posso me afastar. Atendo quatro vezes por semana: duas em consultório e duas no Instituto Victor Medeiros, como voluntária. O maior sonho do meu filho, o Victor, era que esse instituto levasse o meu nome. Mas com a morte dele, em outubro de 2014, exatamente no dia das eleições, eu decidi que colocaria o nome dele e daria continuidade ao projeto que ele tanto sonhou.

T.S. Que mudança ocorreu na sua vida após a morte de seu filho?

 

V.M. Não achava que eu tivesse tanta fé. A morte do meu filho me mostrou uma força que eu não imaginava que tivesse. A dor é irreparável, mas a força para continuar trabalhando vem do meu filho. É ele que me dá essa força. Inclusive, estou fazendo o curso de Direito por causa dele, que era advogado. Queria entender o universo que o meu filho vivia e tem sido tudo muito esclarecedor e gratificante para mim. O Direito é incrível, estou gostando muito de aprender tudo o que envolve essa área. Pude entender porque o meu filho era tão querido, tanto pelos profissionais como pelos clientes. Tenho outros dois filhos, o Márcio e o Vinícius, e tambémme orgulho muito porque são dois homens maravilhosos, médicos competentes e seres humanos incríveis. Mas sinto a falta do Victor a cada instante. A dor é dilacerante. Nós éramos muito parecidos. E um dos maiores desejos dele era me ver eleita prefeita de Palmeira. E se isso era uma coisa que eu já queria, agora quero muito mais.

T.S.A senhora se sente preparada para governar Palmeira dos Índios?

 

V.M. Existe a possibilidade de eu ser escolhida como candidata. Não porque eu seja a melhor opção, mas porque eu estou bem nas recentes pesquisas feita aqui no município. Também tenho um relacionamento de respeito com os outros candidatos e conservo uma boa amizade com todos, com vereadores e lideranças. Meu intuito, na política, é continuar o desenvolvimento iniciado no governo James. Ele fez muito por Palmeira e também tem muito acesso com os governos federal e estadual. O município cresceu muito, em vários aspectos, e queria dar continuidade a isso. Como mulher não quero só tomar conta do município, mas também cuidar. Cada um tem seu jeito próprio de governar, mas até o dia 2 de abril muita coisa pode acontecer. Vamos aguardar.

T.S. Se for escolhida candidata da situação governista, e caso seja eleita, o que a população palmeirense pode esperar da senhora?

 

V.M. Não vou prometer o que não posso cumprir. O ser humano merece respeito. Sabemos que temos que melhoras ainda mais a saúde e a educação, mas também sabemos as dificuldades de recursos para isso. Pretendo criar minha plataforma de governo baseada nos anseios do povo. Quero ouvir a população, representações, líderes de comunidades e fazer um programa de governo de acordo com as necessidades do povo.

T.S. O jornal Tribuna do Sertão agradece a entrevista. Fique à vontade para as considerações finais.

 

V.M. Agradeço a oportunidade concedida pelo jornal Tribuna do Sertão, e quero deixar um recado para todo mundo, principalmente para as mulheres. Parabenizo a todas pelo Dia Internacional da Mulher, que na verdade são todos os dias. Quero dizer que a política está em todas as partes. Tudo gira em torno dela. Gostaria pedir que as mulheres não tivessem medo da política e que participassem mais dela, votando e se candidatando a cargos. Mas quero dizer, principalmente, que vocês nunca esqueçam de falar, todos os dias, o quanto amam seus filhos. Você nunca sabe quando vai ser a última vez.