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Preso em Porto Alegre suspeito de injúria racial contra Tais Araújo

16/03/2016
Preso em Porto Alegre suspeito de injúria racial contra Tais Araújo
Arquivos racistas como esse foram encontrados no notebook do suspeito preso (Foto: Polícia Civil / Divulgação)

Arquivos racistas como esse foram encontrados no notebook do suspeito preso (Foto: Polícia Civil / Divulgação)

A investigação de injúria racial e de racismo cometidos contra a atriz Tais Araújo apontou que há um suspeito de envolvimento nos crimes no Rio Grande do Sul. Auxiliando a Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI) do Rio de Janeiro, a Polícia Civil gaúcha cumpriu dois mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira, 16: um em Cachoeira do Sul e outro em Porto Alegre.

Na Capital, a polícia foi até uma casa no bairro Rubem Berta, zona norte,  onde deteve um suspeito, que foi levado para prestar depoimento, e apreendeu um notebook. William dos Santos Trisch, 27, foi preso em flagrante por pedofilia após serem encontrados vídeos e fotos envolvendo crianças e adolescentes no seu computador.

“A prisão não foi o objeto inicial, mas como foi encontrado vasto material de pedofilia, ele foi preso”, esclarece o delegado Arthur Hermes, titular da DRCI-RS, que está ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Em Cachoeira do Sul, na região central, o alvo foi uma casa no bairro Bom Retiro. De acordo com Hermes, os equipamentos de informática da residência foram vasculhados, mas nenhum indício de envolvimento nos crimes de racismo foi encontrado.

“Acreditamos que a rede de internet da dona da casa foi invadida, possivelmente de forma remota. Por isso, ela foi ouvida na condição de testemunha”,  esclarece Hermes.

No País, a operação cumpre um total de 11 mandados de busca e quatro de prisão nos Estados do Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Bahia e São Paulo. Um dos suspeitos de liderar a quadrilha foi preso na cidade catarinense de Navegantes. O jovem de 20 anos, cujo nome não foi divulgado, acabou preso no momento em que chegava ao trabalho, em um supermercado, onde estava empregado há uma semana. De acordo com a Polícia Civil, ele é ¿uma pessoa comum, humilde¿ – perfil que se repete no comando do bando.

Segundo nota da Polícia Civil do Rio, durante as investigações, os policiais descobriram que o grupo que insultou a atriz foi criado com o objetivo de praticar ataques racistas em perfis e páginas de redes de relacionamento, como Facebook, e contatos do aplicativo WhatsApp. O bando, de acordo com a polícia, incitava os ataques, criando grupos secretos e temporários na web. Também ensinavam maneiras de mascarar as conexões que usavam, para dificultar o rastreamento dos autores.

MAJU – O mesmo grupo teria cometido crimes contra outras pessoas, como a jornalista Maria Júlia Coutinho, conhecida como Maju, que apresenta a previsão do tempo no Jornal Nacional. No entanto, a investigação pode pedir punição apenas com relação aos crimes cometidos contra Taís, pois Maju não prestou queixa à polícia, explica o delegado gaúcha.

“A partir das informações colhidas hoje (quarta-feira), vamos tentar traçar as conexões e de que forma o suspeito preso aqui em Porto Alegre e os outros investigados agiam”, afirma Hermes.

Conforme o delegado, o grupo pode responder por associação criminosa, injúria racial, racismo, quadrilha e invasão de dispositivo, entre outros, como pedofilia.

Taís Araújo teve o seu perfil no Facebook atacado na noite de 31 de outubro do ano passado. Ela reagiu e anunciou que levaria o caso à polícia.