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Águas do Canal do Sertão mudam vidas de sertanejos em Alagoas

21/03/2016
Águas do Canal do Sertão mudam vidas de sertanejos em Alagoas
O Canal do Sertão proporcionou emprego e renda não apenas para os pequenos produtores rurais (Foto: Tércio Capelo)

O Canal do Sertão proporcionou emprego e renda não apenas para os pequenos produtores rurais (Foto: Tércio Capelo)

Se um dia a água foi uma realidade distante para os sertanejos que sofriam com a seca, hoje ela está presente numa extensão de 93 km. O Canal do Sertão mudou a vida de muitos que não acreditavam mais em conseguir trabalhar nas terras onde nasceram. Pequenos agricultores, criadores de animais, que estavam com malas prontas para tentar a vida em outros lugares, agora fincam os pés em terra fecunda.

O cenário de animais mortos e terra rachada mudou. As pequenas plantações começaram a colorir o sertão, os pequenos produtores rurais estamparam um sorriso no rosto ao ver que sua terra era fértil e que ali viveriam com dignidade, trabalhando e cultivando.

Como é o caso do agricultor Cláudio Gonzaga, que não acreditava mais em um dia conseguir manter sua família com a agricultura. “Aqui chovia de ano em ano. É muito difícil pra gente, que nasce no sertão e é acostumado com a terra, ter que deixar, ir embora em busca de trabalho”, disse. “Durante muitos anos trabalhei fora: passava meses em Belo Horizonte, São Paulo. Hoje minha vida mudou, tenho plantações de frutas e hortaliças, animais, e consigo manter minha família graças às águas do Canal do Sertão”, colocou Cláudio.

Aos sábados, Cláudio monta sua barraca de frutas e hortaliças na feira na cidade de Delmiro Gouveia. “Em época boa, consigo tirar quase R$ 1.000,00 por semana, na feira. Normalmente minhas vendas chegam a R$ 400,00. As pessoas procuram minha barraca porque só trabalho com frutas e hortaliças orgânicas”, contou o agricultor.

O Canal do Sertão proporcionou emprego e renda não apenas para os pequenos produtores rurais. Mais de cinco mil empregos foram gerados durante a construção dos trechos 1, 2, 3. Mesmo diante da crise e escassez no repasse Federal, hoje ainda existem em média 800 pessoas trabalhando na etapa final do trecho 3 e no início do 4.

Muitos desses colaboradores eram sertanejos locais desempregados, que viram a oportunidade de dar uma melhor qualidade de vida para sua família.

João Rosa Soares foi um dos contemplados com emprego através das obras do Canal do Sertão. Morador do município de São José da Tapera, ele conta que estava desempregado e passava por um momento difícil financeiro. Hoje ele trabalha na área de meio ambiente, na estação biológica de tratamento de água, no canteiro de obras do canal.

“Sou do município de São José da Tapera, trabalho no canteiro de obras do Canal do Sertão, na estação de tratamento de água, na área de meio ambiente. É um trabalho maravilhoso que realizamos aqui, nos conscientizamos da importância da água e passamos para estudantes que vem fazer pesquisas. Eu passava por um momento difícil financeiro, estava desempregado e minha vida mudou”, contou João Rosa.