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Rio: bloco Céu na Terra reúne sereias e palhaços no bairro de Santa Teresa

06/02/2016
Rio: bloco Céu na Terra reúne sereias e palhaços no bairro de Santa Teresa
Bloco Céu na Terra reúne foliões em Santa Teresa (Foto: Isabela Vieira/Agência Brasil)

Bloco Céu na Terra reúne foliões em Santa Teresa (Foto: Isabela Vieira/Agência Brasil)

Sereias, Marias Bonitas, palhaços, super heróis, piratas e bichos da Arca de Noé acordaram cedo hoje (6) para brincar o carnaval na capital fluminense. Eles se reúnem desde as 7h nas ladeiras de Santa Teresa, no centro do Rio de Janeiro, no desfile do tradicional bloco Céu na Terra, que há 15 anos arrasta foliões pelo bairro.

Apesar do incidente do último sábado, quando uma pessoa foi assassinada a tiros e outras ficaram feridas, uma hora após a dispersão do bloco, os foliões deste sabado esperam um dia calmo, sem episódios violentos. É no que aposta o fotografo Gabriel Klein, fantasiado de Darth Vader, protagonista do filme Guerra nas Estrelas. “A gente nao pode deixar de sair por causa disso”, disse. Morador do bairro, ele acha que as ladeiras e o intenso calor da manhã “são um filtro natural aos bons foliões”. ” É uma seleção natural”, brincou.

No Céu na Terra, bloco que está intimamente ligado à vida do bairro, cujas reuniões são na associação de moradores de Santa Teresa, não podia faltar uma homenagem aos clássicos bondinhos, símbolos do do bairro e que funcionam parcialmente desde 2015, depois de um grave acidente que os tirou das ruas.

Abre-alas

Feita com EVA pelos próprios foliões, a fantasia de bonde era o abre-alas do Céu na Terra. “Nada mais apropriado do que homenagear o bonde”, disse a microempresária Nara de Sá. “Amamos o bonde”, acrescentou.

Em meio aos estandartes e bailarinas em pernas de pau, logo na frente do bloco, desfilando juntos, um grupo de amigos há mais de 11 anos, chamou atenção. Representando a Arca de Noé, estavam fantasiados com os bichos que se salvaram do dilúvio bíblico.

“Somos quatro pares: galinha, sapo, gato e elefante, basicamente”, explicou a engenheira Luciana Vargas. Entre os bichos, uma criança de quatro anos, que acompanhava a mãe, todos se divertindo. “Essa é a primeira vez que fazemos uma alegoria juntos, é complicado, tá calor, mas é legal.”

Sol e calor

Em mais um dia de Sol e muito calor, pelas ruas do centro, os foliões estão por todos os lados. Chegam  para o desfile da Bola Preta, no centro.

Na saída, em direção à zona sul, onde mais uma dezena de blocos desfila hoje, pelos bairros, os transportes públicos estão lotados. Com pessoas fantasiadas, cantando marchinhas, o clima é contagiante, contou o garçom Jeferson de Moreias. Ele pegou o metrô na central e precisava atravessar a cidade para chegar a Ipanema.

“Eu preferia não precisar trabalhar, mas não vou achar ruim que os outros possam se divertir. Essa época é boa, é muita gente, mas divertida. Olha aí, não dá para nao rir com pessoas vestidas desse jeito”, disse se referindo a um rapaz usando fraldas geriátricas e um chupeta, fantasiado de bebês.