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‘Nova Daiane’, começou a carreira de ginástica no circo

02/02/2016
‘Nova Daiane’, começou a carreira de ginástica no circo
(Foto: DIVULGAÇÃO/PHOTO&GRAFIA)

(Foto: DIVULGAÇÃO/PHOTO&GRAFIA)

Enquanto Daiane do Santos brilhava com seu duplo twist carpado, batizado com seu sobrenome em sua homenagem, Lorrane – também “dos Santos” e então com 7 anos – a assistia pela TV, sonhando em um dia se tornar ginasta, enquanto se apresentava com contorcionismos no circo de uma ONG na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.

Não foi fácil. Mas a vida, no fim das contas, foi generosa com Lorrane do Santos, hoje com 17 anos e tatus de “nova Daiane”. É ela uma das esperanças da ginástica artística feminina do Brasil no evento-teste, em abril, em que a seleção precisará brigar com França, Bélgica, Alemanha, Romênia, Austrália, Coreia do Sul e Suíça por uma das quatro vagas de equipe completa nos Jogos Olímpicos de agosto.

“Me apaixonei pela ginástica vendo a Daiane, quando eu tinha uns cinco anos. Quando fiz sete, meu padrasto me levou pra fazer aulas de circo. Eu gostava muito e tinha bastante talento. Fazia de tudo. Só não tinha muito jeito pra fazer malabarismo (risos). Queria treinar e ser igual a Daiane. Quando fiz nove anos, imporei pra minha mãe me levar pra fazer teste em algum lugar”, contou ao ESPN.com.br.

E deu certo. A mãe levou Lorrane ao Vasco, e ela passou logo no primeiro teste. Começou a treinar e, na mesma semana, entrou para a equipe. Depois de seis meses, o sincero treinador avisou que a menina tinha futuro e precisava ir ao Flamengo, clube com mais estrutura e que contava com Daniele e Diego Hypólito.

“Foi então que minha mãe conversou sério comigo e perguntou se era isso mesmo o que eu queria. Se eu quisesse, ela ia parar de trabalhar para seguir a minha vida, me acompanhar em tudo. Eu disse que sim, que ia dar muito orgulho pra ela”, lembrou.

De novo, Lorrane passou no teste de primeira. E aí começou uma rotina que não foi fácil. Ela morava a duas horas e meia do Flamengo. Todos os dias, acordava 4h30 da madrugada, fazia a “viagem” até o clube, treinava até às 20h e chegava em casa de volta às 22h. A mãe largou o emprego em uma loja para acompanhá-la e passou a organizar festivais para arrecadar dinheiro para as refeições e o transporte.