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Ida do futebol para Rio 2016 une o frágil Iraque
Iraquianos soltaram fogos de artifício e saíram às ruas para celebrar a sua equipe de futebol, que se classificou para a Rio 2016, um ponto brilhante raro de unificação para um país assolado pela violência e pela divisão.
O Iraque derrotou o Catar por 2 a 1 no Campeonato Sub-23 da Confederação da Ásia para garantir uma vaga na Olimpíada, a quinta de sua história. Para os iraquianos, a vitória foi uma fuga, ainda que breve, dos muitos problemas que enfrentam.
“Nada traz alegria para o Iraque, exceto os atletas. Obrigado pela alegria que vocês trouxeram para todos nós. Ao contrário dos políticos, que trazem preocupação e tristeza”, disse Yasser al-Saffar, que é dono de uma pequena loja em Bagdá.
Após a vitória do Iraque sobre Catar com um gol de cabeça na prorrogação na última sexta-feira, Saffar diz que saiu para dançar e comemorar com as pessoas nas ruas.
Ele se juntou a milhares de outros iraquianos que fizeram festa, agitaram bandeiras para fora das janelas dos carros e explodiram fogos de artifício por várias horas no céu da capital iraquiana.
A equipe voltou para casa no último sábado com uma recepção de gala e os jogadores foram saudados desde o aeroporto de Bagdá. O sucesso da equipe nacional de futebol é um motivo de comemoração em um país que tem tido longos anos com pouco a se comemorar.
Milhões de iraquianos foram deslocados pela violência, atentados em Bagdá e em outros lugares. O grupo Estado Islâmico ainda detém território significativo e grandes áreas foram devastadas pelos combates.
Uma grande noite
Também há profundas divisões entre as várias comunidades religiosas e étnicas, o que frequentemente levam ao derramamento de sangue, e muitos iraquianos perderam a fé em seu país. Sua visão não é ajudado por políticos, que muitas vezes parecem mais preocupados com a disputa política e enriquecimento.
Como resultado, eles precisam de algo positivo para reunir ao redor, algo que serve como uma fonte de orgulho nacional. Esse algo é o futebol.
“Naquela noite, nós esquecemos toda a corrupção e política e sofrimento. Foi uma grande noite em todos os sentidos da palavra. Os jovens atletas uniram a nação e os velhos políticos dividiram a nação”, disse Ali al-Samarrai, que trabalha no conserto de computadores.
A equipe de futebol iraquiano fez quatro aparições anteriores nos Jogos Olímpicos: Moscou em 1980, Los Angeles, em 1984, Seul em 1988 e Atenas em 2004. Mas a Copa da Ásia de 2007 foi talvez o melhor exemplo do poder unificador do futebol no Iraque. Naquele ano, no auge da violência sectária entre sunitas e xiitas brutal, os iraquianos se reuniram para torcer e comemorar a vitória da seleção.
“A equipe olímpica iraquiana coloca um grande sorriso nos rostos de iraquianos cansados. Os governos não têm feito isso nos últimos 12 anos”, escreveu o jornalista Ziad al-Shammari no Facebook após a vitória sobre o Catar.
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