Brasil
Luciana Ávila: das rádios alagoanas para a Rede Globo de Televisão
A jornalista Luciana Ávila Falcão, nasceu em Viçosa, interior de Alagoas, e passou parte de sua vida dividida entre os estados de Alagoas, Pernambuco e Rio de Janeiro. Casada ha cinco anos, ela é mãe de duas meninas, de 4 e 2 anos, adora o contato com a natureza e praticar esportes.
Já saltou de paraquedas, mergulhou com golfinhos em alto mar, pilotou moto na pista de Interlagos, acompanhei grandes histórias pelo Brasil afora, e também pelo mundo. Hoje, ela faz parte do time do “Globo Esporte”, programa jornalístico e esportivo da TV Globo. Mas para ela, a maior de todas as emoções é a maternidade. E o maior dos desafios é conciliar esta missão maravilhosa com a grande paixão pelo jornalismo.
Em entrevista exclusiva ao jornal Tribuna do Sertão ela fala sobre a profissão, a família e o amor aos esportes.
Entrevistas marcantes pelo mundo
Tribuna do Sertão (T.S.) – Como surgiu o seu interesse pelo jornalismo e há quanto tempo você está nessa profissão?
Luciana Ávila (L.A.) – Me interessei por jornalismo porque comecei a trabalhar muito cedo com rádio. Aos quinze anos fui chamada pra fazer um teste na rádio Agreste FM, do interior de Pernambuco. Foi o meu primeiro emprego. De lá pra cá nunca parei de trabalhar com comunicação e naturalmente quando tive que me decidir sobre qual carreira seguir. Não pensei duas vezes: jornalismo. Fiz vestibular para a Ufal (Universidade Federal de Alagoas) e lá me graduei.
(T.S.) – Como foi a sua estreia na televisão?
(L.A.) – Na televisão eu comecei fazendo comerciais para a TV, em Pernambuco. Eram comerciais para uma rede de departamentos. Gravávamos quase toda semana as novas promoções. Isso me deixou bem à vontade pra falar para as câmeras. Quando passei no vestibular da Ufal, não quis mais seguir essa linha porque uma vez que você fez comerciais não é possível, teoricamente, depois ser jornalista, por que compromete a imagem de imparcialidade.
(T.S.) – Quando começou a trabalhar como jornalista?
(L.A.) – Em Alagoas, enquanto fazia faculdade, dei um tempo nos comerciais para a TV e trabalhei como locutora na Rádio Cidade. A Rádio Cidade foi uma grande curtição. Adorava o estilo radical da rádio e era um grande privilégio estar estudando e já trabalhando. Na própria rádio, um produtor de comerciais me convidou para gravar comerciais para a TV Gazeta, e eu expliquei que não queria seguir nessa linha dos comerciais porque gostaria de trabalhar só como jornalista. Aí, depois de uns meses, a TV Gazeta queria botar no ar um programa de variedades aos domingos. Esse produtor veio a rádio e disse: “gora você vai topar. Quer apresentar um programa aos domingos?”. E eu disse: Lógico! O nome desse produtor é Reis. Depois disso, foram surgindo os convites para apresentar o Al TV1 e depois o AL TV 2, onde fiquei até vir para o Rio. Foi uma experiência incrível, porque isso aconteceu entre os meus 18 e 23 anos. Me sentia assim como sempre me sinto até hoje, realizada com a profissão que escolhi. Acho fofo que até hoje, anos depois de ter saído de Alagoas, algumas pessoas ainda lembrem da época em que eu trabalhava na TV Gazeta.
(T.S.) – Em que momento você descobriu que estava no caminho certo, de que essa era a carreira que deveria seguir?
(L.A.) – Com a experiência na TV. Eu comecei a participar de alguns intercâmbios que a TV GLobo promovia com as afiliadas e desses intercâmbios, surgiu a chance de começar a trabalhar na Globo News, o canal por assinatura da Globo. Lá, cresci bastante profissionalmente. Apresentei o “Em Cima da Hora”, “Pelo Mundo”, o “Brasil TV” e por aí vai. Passei dez anos na Globo News até surgir a oportunidade de fazer um teste para o “Esporte Espetacular”. Uma das apresentadoras tinha ido para outra emissora e uma segunda apresentadora estava saindo de licença maternidade. Fiz o teste numa quinta-feira e no domingo já estava entrando no ar, ao vivo, no “Esporte Espetacular”. Foi incrível e um desafio gigantesco: falar de futebol, esportes radicais, grandes atletas, grandes eventos. Foi uma mudança absurda com relação ao que eu fazia na Globo News. Tive que mudar meu estilo de mais sério para bem mais descontraída.
(T.S.) – Depois de apresentar telejornais em Alagoas, São Paulo e Rio de Janeiro, você, atualmente, está trabalhando no Globo Esporte, da Rede Globo de televisão, no Rio de Janeiro. O esporte é a área que você realmente mais gosta?
(L.A.) – Fiquei por dois anos apresentando o “Esporte Espetacular” e depois veio outro grande desafio: fazer reportagens. É o que faço hoje. Sou repórter da Central Globo de Esporte, cobrindo esse tema com reportagens que vão ao ar nos telejornais da TV Globo.
(T.S.) – Quais foram as entrevistas, e em quais lugares você esteve, que mais marcaram a sua carreira jornalística?
(L.A.) – Nessa nova função vivi experiências incríveis: participei da cobertura da Copa da Mundo, fui para a Turquia e China , cobrindo os mundiais de ginástica rítmica e artística. Já entrevistei grandes estrelas do esporte: o atleta Usain Bolt, o tenista Rafael Nadal, o ginasta Arthur Zanete, Zico, assim como pessoas anônimas com histórias de vida inesquecíveis.
Na minha última missão, em viagem, fui a Palmas, no Tocantins, cobrir os primeiros Jogos Mundiais dos Povos Indígenas.
Na minha rotina também faz parte cobrir o futebol. Assim, sempre estou acompanhando os treinos de Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo. É maravilhoso trabalhar com esporte, ver de perto a paixão das pessoas pelo time do coração, a dedicação, a superação. E como o esporte sempre fez parte da minha vida, não poderia estar numa área mais apropriada.
Meu pai sempre me incentivou a praticar esportes. Quando eu tinha 15 anos comecei a praticar motociclismo, participei de competições sempre com o apoio do meu pai. Então foi perfeito trabalhar também com esporte.
(T.S.) – Que trabalho você ainda gostaria de realizar?
(L.A.) – Sempre lembro o que os jogadores de futebol costumam dizer: “O melhor jogo é sempre o próximo”. Para mim, o melhor trabalho sempre pode ser o próximo. É assim que vejo a vida: o que vier, abraçarei como uma benção.
(T.S.) – Você tem duas filhas. Como é conciliar a vida profissional com a vida materna?
(L.A.) – Em 2011 nasceu minha primeira filha, a Maya. Passei seis meses de licença só “lambendo a cria” e ao voltar ao trabalho, três meses depois eu estava grávida de novo, dessa vez da Luna. Se já era um grande desafio fazer reportagens todos os dias, buscando contar histórias de um jeito criativo, imagina sendo mãe de duas bebês. Achei que ia enlouquecer (risos), mas Deus sempre ilumina nossos caminhos, e com muita luta e determinação dou conta dessa fase maravilhosa que é ser mãe e ao mesmo tempo nessa missão profissional tão instigante. Lembro que quando a Maya ainda era bebê, eu a amamentava e saia pra acompanhar algum treino de futebol, voltava do treino, ia almoçar em casa, amamentava a Maya outra vez e corria pra a TV para escrever a matéria sobre o treino. Nem eu sei de onde arrumei forças. Mas hoje, as coisas estão mais fáceis, elas estão com quatro e dois aninhos e já sabem que na hora do almoço é hora de assistir ao “Globo Esporte” (risos).
(T.S.) – Você pensa em, um dia, voltar definitivamente para Alagoas?
(L.A.) – Estou sempre voltando a essa terra maravilhosa. Minha família toda é de Alagoas. Mas costumo seguir o que o destino me traz. Por enquanto estou super satisfeita por aqui, onde constituí minha família aqui e gosto muito do Rio de Janeiro. Mas Maceió mora muito no meu coração. Sinto saudade, acho lindo tudo por aí. Mas por enquanto, sinto que tenho alguns caminhos a seguir por aqui.
(T.S.) – Que conselho você daria a quem deseja ingressar nesse universo jornalístico?
(L.A.) – Dedicação e humildade. Essas são palavrinhas mágicas. Mas acima de tudo, aproveitar as oportunidades, estejam elas onde estiverem. É bom pensar que às vezes precisamos passar por alguns degraus e temos que respeitá-los. Às vezes, trabalhar num veículo de comunicação de menor porte pode ser uma grande oportunidade de se preparar para um outro trabalho que exija mais. Quando surgir a chance você já estará treinado. E no mais, não espere acontecer. Faça seu próprio caminho.
(T.S.) – O Jornal Tribuna do Sertão, de Palmeira dos Índios, agradece pela entrevista. Fique à vontade para as considerações finais.
(L.A.) – Eu que agradeço à Tribuna do Sertão pelo convite, e por poder dividir um pouco da minha trajetória com vocês, leitores. Foi um grande prazer lembrar de tantos passos que já dei, desde que me mudei dessa minha terra maravilhosa, mas que sempre, sempre está em meu coração.
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