Geral
Cuba denuncia participação de assassino de Guevara em Cúpula das Américas
A delegação cubana presente nos fóruns da 7ª Cúpula das Américas denunciou nesta quarta-feira (8) a presença de Felíx Rodríguez Mendigutía no Panamá. Segundo os cubanos, Rodríguez, um dos responsáveis pela morte de Che Guevara em 1967, se encontraria com parte dos opositores ao regime socialista e que se credenciaram para participar de um encontro de entidades da sociedade civil prévio à Cúpula. Félix foi chamado de “terrorista” e os opositores de “mercenários”.
Ricardo Guardia Lugo, presidente da Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes (Oclae), leu uma carta pública dirigida aos organizadores do Fórum da Sociedade Civil, solicitando às autoridades panamenhas a expulsão de Mendigutía.
No dia anterior, a delegação cubana distribuiu uma publicação em que denunciava a presença de “mercenários fabricados pelos estrangeiros e pagos por nossos inimigos históricos, sem qualquer legitimidade” que participariam do Fórum em nome da sociedade civil cubana.
Histórico
Félix Rodríguez Mendigutía, ex-agente da CIA nascido em Cuba, esteve envolvido em diversos episódios recentes da história da ilha. Também conhecido como “O Gato”, foi responsável pela coleta de informações que ajudariam, em 1961, na invasão da Praia Girón, tentativa de cubanos exilados apoiados pelos EUA para derrubar o regime socialista.
Em 1967, foi escolhido pela agência de inteligência estadunidense para liderar a campanha contra Che Guevara na Bolivía. Mendigutía interrogou e deu as ordens para a execução de Guevara. Ele ainda se envolveu, na década de 1980, no esquema de tráfico de drogas e armas armado pela CIA para financiar os contra-revolucionários na Nicarágua. Até hoje, ele guarda e utiliza o relógio que Che utilizava quando foi capturado.
“O que mais indigna e dói para nós é seu envolvimento direito, por indicação da CIA, na morte do Che Guevara”, disse Guardia Lugo. Ele mostrava uma foto em que Mendigutía posava com um dos opositores cubanos credenciados para participar do Fórum da Sociedade Civil.
“Nos enoja que um sujeito como ele, com essa história, venha ao Panamá para se reunir com traidores que inexplicavelmente foram aceitos no Fórum da Sociedade Civil para opinar sobre o destino de nossa pátria”, afirmou Guardia.
Antes da abertura do Fórum, um grupo de cubanos, apoiado por delegações de outros países, realizou um protesto em que pediam a saída de Mendigutía do encontro. Em repúdio à sua permanência, os manifestantes se retiraram do local afirmando “ser uma vergonha para a América Latina aceitar a presença de um assassino e terrorista”.
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