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Servidoras da Unidade de Emergência do Agreste avaliam papel na sociedade

08/03/2015
Servidoras da Unidade de Emergência do Agreste avaliam papel na sociedade
Servidoras da Unidade de Emergência do Agreste, na cidade de Arapiraca, opinam sobre os osbstáculos, conquistas e as relações em casa e no mercado de trabalho para as mulheres  (Fotos: Adalberto Custódio)

Servidoras da Unidade de Emergência do Agreste, na cidade de Arapiraca, opinam sobre os osbstáculos, conquistas e as relações em casa e no mercado de trabalho para as mulheres
(Fotos: Adalberto Custódio)

    Para boa parte das mulheres, o dia 8 de março deveria ser comemorado o ano inteiro. Com enfoque para este dia especial, algumas servidoras de vários setores da Unidade de Emergência do Agreste, localizada na cidade de Arapiraca, se posicionaram sobre seus sonhos, conquistas e a discriminação.
Ana Paula Ferreira Barbosa, assistente social e coordenadora da Ouvidoria SUS da Unidade, afirma que as mulheres são capazes de enfrentar qualquer desafio com competência. “Há uma grande quantidade de mulheres exercendo cargos que antes eram dominados, exclusivamente, pelos homens, mas, ainda é necessário maior reconhecimento por parte da sociedade”, opina Ana Paula.
Dona Maria Leide da Silva, conhecida carinhosamente como ‘Dona Lêu’, trabalha como auxiliar de serviços gerais na Unidade há doze anos. Seu maior sonho é conquistar a casa própria e poder proporcionar uma vida melhor para a família. “A mulher ainda é muito discriminada e isso piora quando ocupamos cargos simples, que são pouco privilegiados no mercado de trabalho”, frisou Dona Lêu.

Supermulheres

Já as enfermeiras Gilmaria Leite e Leide Daiana intitulam as mulheres como “super seres humanos”, pois além de trabalhar fora de casa, têm que administrar questões ligadas ao lar, aos filhos e maridos. Ao serem indagadas sobre o reconhecimento da mulher perante a sociedade, as enfermeiras afirmaram que o reconhecimento deve ser feito pela própria mulher. “A maioria dos homens sai do trabalho e vai para casa descansar. Ao contrário de nós, que saímos do trabalho e ao chegarmos em casa nos deparamos com mais trabalho”, avaliam.
Na cozinha quem literalmente manda é ela. Andreia de Araújo, cozinheira e responsável, há doze anos, pelos alimentos que vão para os pacientes internos e servidores da Unidade de Emergência, afirma que o universo feminino avançou muito em vários setores da sociedade, mas reconhece que no mercado de trabalho elas ainda precisam não só de reconhecimento, mas de respeito e credibilidade.
Paula Daniela Santos Moraes e Lyllian Oliveira são servidoras do setor administrativo da UE do Agreste. Segundo elas, apesar de a mulher ter adquirido espaços importantes na sociedade, boa parte das pessoas ainda não acredita na capacidade feminina.
Para a angiologista Maria Eletice Correia, a mulher tem seu espaço garantido, mas é preciso se esforçar mais do que os homens para obter o reconhecimento.
“Quando fiz residência de cirurgia geral, éramos um grupo de doze pessoas, sendo somente eu mulher. Ou seja, para conquistar o meu espaço, tive que ser duas vezes melhor”, destaca Maria Eletice.  Os grandes sonhos da médica são a realização profissional, pessoal e o equilíbrio espiritual.
Já Andrea Paula Lira é assistente social da UE do Agreste há dez anos. Ela analisa que para haver um equilíbrio de valores entre homens e mulheres. “É necessária a melhoria nas relações de igualdade”, ressalta . Andrea cita como exemplo que, mesmo exercendo as mesmas funções de homens, muitas mulheres ainda recebem menos.
Seu grande sonho é ver um País mais igualitário e com menos violência, inclusive contra a mulher.