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Santa Mônica faz campanha para ajudar bebê interno desde o nascimento

21/03/2015
Santa Mônica faz campanha para ajudar bebê interno desde o nascimento
A mãe Roberta de Carvalho com o bebê Keila Carvalho aguardam a solidariedade dos alagoanos para ajuda na alimentação após sair esta sexta-feira (20) do hospital (Fotos: Ascom)

A mãe Roberta de Carvalho com o bebê Keila Carvalho aguardam a solidariedade dos alagoanos para ajuda na alimentação após sair esta sexta-feira (20) do hospital (Fotos: Ascom)

No próximo dia 30 de março, o bebê Keila de Carvalho Silva completa seu primeiro ano de vida. A vida não tem sido e não foi nada fácil, nem para a caçula de uma família de quatro filhos, nem para os pais, residentes no assentamento Paulo Freire (conhecido como Serrana), localizado entre os municípios de Joaquim Gomes e União dos Palmares. Os pais sustentam todos com menos de um salário mínimo.
Diante da situação e preocupados com a recuperação e bem-estar da menina, a equipe da UTI Neonatal da Maternidade Escola Santa Mônica, após mobilizar os próprios colegas, decidiu pedir ajuda à comunidade alagoana.
A previsão de alta de Keila de Carvalho Silva é para esta sexta-feira (20). Ela foi operada no dia 9 de fevereiro no Hospital Geral do Estado (HGE), onde se encontra internada na enfermaria pediátrica. A intenção da equipe é conseguir ajuda para garantir os cuidados necessários para a menina quando já estiver em sua residência. Para se ter ideia, a menina se alimenta com o leite Nan Soy. Uma lata, no momento, dá apenas para 10 mamadeiras. Além disso, também usa o Mucilon e o espessante. Este custa em torno de 60 reais, e dura no máximo uma semana.
“Acompanhamos todos os momentos. Essa alta é uma vitória para todos nós. Ela teve um acompanhamento de profissionais altamente competentes e essa mobilização visa garantir o necessário para que o início de vida da Keila fora do hospital seja o mais tranquilo possível para ela e o menos angustiante para os pais”, disse Rita Lessa, diretora da Santa Mônica.
Há um ano longe de casa, Roberta de Carvalho, de 30 anos, disse que foi pouco em casa no último ano. Os outros filhos, de três (3), sete (7) e nove (9) anos ficaram sob os cuidados do marido e da sogra. Emocionada com a alta, ela reafirmou a preocupação com a volta para a residência acompanhada da filha. “Precisamos praticamente de tudo. Nem berço nós temos. E ainda tem a alimentação que precisa de coisas diferentes e fiquei sabendo que são caras. Ainda não sei como vai ser”, desabafou.
Embora a alta seja nesta sexta-feira, a comemoração do aniversário de Keila e entrega dos presentes (tudo que for arrecadado) será no dia 30, numa área da pediatria do HGE, quando a família comparecerá para a comemoração.
Quem puder ajudar pode deixar a doação na direção da Maternidade Escola Santa Mônica, no bairro do Poço. Outras informações pelo telefone 3315.4401.

Entenda o caso

Keila de Carvalho Silva nasceu com 3.590 quilos na cidade de União dos Palmares e foi transferida para o Hospital Santo Antônio devido a um desconforto respiratório e, posteriormente, para a Maternidade Santa Mônica para esclarecimento do diagnóstico (suspeita de tumoração em úvula e persistência do desconforto respiratório). Durante sua evolução na Santa Mônica, Keila necessitou de ventilação mecânica, sendo logo entubada.
Após avaliação da cirurgia pediátrica, fonoaudiologia, otorrinolaringologia e neurocirurgia, e realização de vários exames, como, por exemplo, tomografia computadorizada do segmento encefálico e do pescoço (considerados inconclusivos) e ressonância magnética do crânio e do pescoço, ambos com contraste, foi concluído o diagnóstico como Meningocele Transesfenoidal.
Durante todo esse processo, a menina ficou sendo acompanhada pela equipe da Santa Mônica, passando pelo Hospital Universitário, Hospital do Açúcar e, por último, no dia 9 de fevereiro, para a enfermaria o HGE, sendo submetida à intervenção cirúrgica na mesma semana. Após o procedimento, Keila permaneceu com acompanhamento da fisioterapia e fonoaudiologia da equipe da Santa Mônica e atualmente está sem traqueostomia, respirando em ar ambiente e alimentando-se por via oral.
O acompanhamento após a alta será realizado no ambulatório da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), que conta com os serviços necessários, como fonoaudiologia e fisioterapia.