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É imperativo não desviar o olhar: ONU expõe fotos chocantes de vítimas do conflito da Síria

15/03/2015
É imperativo não desviar o olhar: ONU expõe fotos chocantes de vítimas do conflito da Síria
Mulher reage ao passar por área da ONU onde fotos de vítimas da guerra da Síria estão expostas  (Lucas Jackson / Reuters)

Mulher reage ao passar por área da ONU onde fotos de vítimas da guerra da Síria estão expostas
(Lucas Jackson / Reuters)

    Para lembrar os quatro anos do conflito na Síria, a ONU resolveu pedir que ninguém “desvie o olhar” da guerra, que deixou um saldo de 210 mil mortos e fez com que metade da população do país se deslocasse.
A exposição “Caesar Photos: Inside Syrian Authorities’ Prisons” (Fotos de Cesar: Dentro das Prisões Sírias, em tradução livre), na sede da organização em Nova York, traz 30 imagens de autoria de um militar identificado apenas como Caesar, um sargento que trabalhou 13 anos como fotógrafo forense no país.
Nas fotos, é possível ver “claras evidências” de tortura sistemática e assassinatos em série por parte do regime de Bashar Al-Assad, segundo especialistas ouvidos pela agência Reuters.
As fotos dos espectadores que se deparam com os registros do conflito da Síria evidenciam que a ONU conseguiu o que queria. As imagens causam choque, e é impossível desviar os olhos, ou ignorar o conflito.
Os registros foram feitos entre setembro de 2011 e agosto de 2013, enquanto o fotógrafo trabalhou em um hospital militar, examinando principalmente corpos que vinham de três centros de detenções da cidade de Damasco. Ele conseguiu levar os registros para fora do hospital porque escondia os cartões de memória em seus sapatos ao sair do hospital – ele formou um acervo com mais de 55 mil arquivos.
De acordo com o Guardian, as fotos mostram mulheres, crianças e homens que foram torturados, alguns deles trazem sinais físicos que sugerem que eles tenham morrido de fome.
“Estas imagens são a representação gráfica de como o regime de Assad trata seus cidadãos. É imperativo que as Nações Unidas não desviem o olhar”, afirmou Michele Sison, vice representante dos EUA na ONU.
O embaixador britânico nas Nações Unidas, Mark Lyall Grant, disse que espera que a exposição sirva como um lembrete para a necessidade incontestável de que uma solução política para o conflito seja buscada.