Profissionais da área da saúde de Palmeira dos índios foram às ruas na manhã desta quarta-feira (26), para reivindicar, denunciar e protestar contra a situação vivenciada pela categoria. De acordo com Valda Lima – Diretora da Seguridade Social do Sindprev – a categoria estava fazendo mais um movimento a pedido dos trabalhadores da saúde que estão lutando pela reposição salarial e melhores condições de trabalho.

“O gestor de Palmeira dos Índios não tem compromisso nem se preocupa em atender esses trabalhadores. Lembrando que, não estamos pedindo dinheiro, e sim, a reposição salarial e condições de trabalho. O hospital está com sua urgência e emergência fechados. A população está à mercê do atual gestor, e nós precisamos de uma resposta. É preciso que se dê um basta nesse descaso com a saúde em Palmeira”, declarou Valda.

Segundo a diretora, a categoria está decidida em procurar a imprensa nacional e denunciar no quadro “Cadê o dinheiro que tava aqui” exibido pelo Fantástico. No quadro citado pela diretora são investigados roubos do dinheiro público, envolvimento em corrupção, empresas de fachada, notas frias e preços superfaturados. “Vamos pedir para que eles venham nos ajudar a resolver esse problema e saber onde está o dinheiro da saúde de Palmeira. Vamos procurar os nossos direitos até as últimas instâncias, caso seja necessário”,  garantiu Valda.

A diretora disse ainda que já foram feitas denúncias ao Ministério Público em Palmeira dos índios e que iriam, mais uma vez, comunicá-los da situação vivenciada pelos profissionais da saúde no município. Valda fez questão de destacar que a categoria irá recorrer também ao Ministério Público Federal, pois existe uma informação de que as verbas públicas chegam ao município e o atual prefeito afirma que não há dinheiro.

“A verba federal do Pmaq está sendo utilizada como salário e isso não pode, é ilegal, pois é uma verba que deve ser usada para a melhoria do trabalhador. Essa é apenas uma das verbas entre tantas outras que sabemos que chega ao município e não é repassa aos trabalhadores, ou são usadas de forma ilegal. O sofrimento não é apenas dos profissionais, mas da população de forma geral. Estamos sendo solidários também aos problemas enfrentados pelos colegas que fazem parte da educação que estão há vários meses lutando para que não seja aprovado o PCCV enviado pelo prefeito, pois o mesmo é vergonhoso e mostra a falta de respeito com a categoria”, explica Valda.

O protesto

Os profissionais percorreram as principais ruas do centro do município com um carro de som. Houve uma primeira parada em frente à Câmara de vereadores, onde os servidores da educação estavam desde cedo para acompanhar a sessão onde seria votado o PCCV, no entanto, a sessão foi cancelada. Foi então que trabalhadores da educação e da saúde se juntaram e foram em direção ao prédio da prefeitura municipal. Os manifestantes levaram um bolo e dois bonecos com a figura de um rei e de uma rainha. Pessoas que passavam no momento iam demonstrando o apoio aos servidores da saúde e da educação.

“Palmeira dos Índios é terra de Rei que manda e desmanda, e nós não temos órgãos competentes para fiscalizar. Cadê a Câmara de vereadores que não dá o seu posicionamento sobre todo esse descaso? Cadê o Ministério Público que não está vendo a população sofrendo? Os servidores da educação também estão “mendigando” para que o PCCV não seja aprovado. Os vereadores são os nossos representantes e nós temos que ter esperança de que eles ajudem a população, porque fomos nós que os colocamos em seus cargos para trabalhar em benefício do povo. Não vamos nos acovardar”, afirma Camila Bezouro – Secretária Adjunta do Sindiprev.

Ainda durante sua fala Camila invocou “Levanta Palmeira e luta pelo teu direito, luta por uma saúde e educação dignas. Vamos lutar para que tenhamos um hospital com todos os atendimentos, uma UPA que realmente funcione, para que os postos de saúde possam fazer os curativos dos que precisarem, oferecer a medicação para quem é hipertenso ou diabético, para que haja atendimento para aquelas pessoas que estão em suas casas acamados e precisam de um profissional que vá até sua residência prestar o devido atendimento. Então, eu pergunto, para onde está indo os recursos já que os mesmos não estão sendo aplicados na saúde, na educação, ou na segurança do município. Senhores vereadores se sensibilizem”, disse Camila Bezouro- Secretária Adjunta do Sindiprev.

Ao final, a diretora da Seguridade Social do Sindprev – Valda Lima lembrou a todos que “Fomos nós que demos o poder e os colocamos nos cargos que hoje são ocupados por eles. Mas queremos frisar que também seremos nós que vamos tirá-los do poder, já que não estão trabalhando em prol da população”, finalizou.

O prefeito

A reportagem entrou em contato com prefeito James Ribeiro e o mesmo disse que as declarações dadas pelas representantes do sindicato não eram verdadeiras. “A saúde de Palmeira dos Índios está recebendo seus salários em dias. As declarações são inverídicas. Essas pessoas não estão preocupadas em nos ajudar a fazer uma gestão tranquila e querem apenas tumultuar. Eu exijo que quem fez as declarações comprovem o que estão afirmando, pois, eu vou entrar na justiça e processar essas calúnias contra a minha gestão.

Com relação a denúncia sobre o uso de verbas do Pmaq, James disse que tinha certeza absoluta de que a informação passada pelas representantes sindicais não eram verdadeiras pois, o dinheiro pago pelo governo federal não tinha relação com os salários e estes estavam sendo pagos todos os meses. “É claro que eu me preocupo com a saúde do meu município, por ser o gestor e principalmente por ser palmeirense. As pessoas têm que lembrar que eu também faço parte dessa população, então, melhorar a qualidade de vida do povo de Palmeira é estar melhorando a qualidade de vida de minha esposa e filhos. Quero dizer também que não sou contra a categoria e estou sempre à disposição para o diálogo. Sei do meu dever e do meu compromisso com os palmeirenses e irei honrá-lo até o último dia do meu mandato”, disse o prefeito.