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Técnicos do HGE e Ambulatórios 24 Horas são treinados para lidar com o Ebola

06/09/2014
Técnicos do HGE e Ambulatórios 24 Horas são treinados para lidar com o Ebola

A capacitação de padronização ocorreu no auditório do Hospital Escola Hélvio Auto, em Maceió Foto: Olival Santos

A capacitação de padronização ocorreu no auditório do Hospital Escola Hélvio Auto, em Maceió Foto: Olival Santos

Técnicos do Hospital Geral do Estado (HGE) e dos cinco Ambulatórios 24 Horas foram treinados, nesta sexta-feira (5), sobre o fluxograma de atendimento a pacientes com suspeita de Ebola. A capacitação de padronização ocorreu no auditório do Hospital Escola Hélvio Auto (HEHA), em Maceió.
Pacientes com suspeita da doença podem procurar atendimento nestas unidades e, com isso, os profissionais devem seguir corretamente o protocolo de atendimento. Procedimento que irá assegurar assistência correta às possíveis vítimas da doença, além de resguarda a integridade física dos técnicos em saúde.
Realidade que se deve ao fato de o Ebola ser transmitido através do contato com as fezes, urina, saliva e sêmen de pacientes infectados pelo vírus. Por isso, segundo o diretor de Atenção Hospitalar da Sesau, Rogério Barboza, é importante treinar preventivamente os profissionais do HGE e Ambulatórios, para que possam atuar corretamente em casos emergenciais.
“Ainda não registramos nenhum caso suspeito da doença no Brasil, mas temos que atuar de forma preventiva para estarmos preparados em caso de alguma necessidade. Além de um fluxograma de atendimento, é necessário tonar os profissionais aptos ao atendimento eficiente, ágil e humanizado”, explicou.

Fluxograma – Além de utilizar os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que no caso de atendimento a vítimas de Ebola são máscaras, capacete impermeável, luvas e jalecos com mangas longas, os profissionais dos cinco Ambulatórios 24 Horas e do HGE terão que fazer a imediata notificação do caso. Para isso, como estas unidades não são referência para o atendimento a pacientes com suspeita de Ebola, o fato deverá ser informado ao Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs).
Posteriormente, segundo a coordenadora do Cievs, Marlene Lima, o órgão irá acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que fará o transporte deste paciente até o Hospital Escola Hélvio Auto. Após ser estabilizado e permanecer em local de isolamento, técnicos do Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL) irão realizar coleta de material biológico para enviar até o Laboratório Evandro Chagas, no Pará.
“O Cievs também irá acionar o Ministério da Saúde, que irá enviar um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) até Maceió, visando transportar o paciente até o Instituto de Infectologia Evandro Chagas, situado no Rio de Janeiro, que será a referência nacional para atender pacientes com suspeita de contaminação pelo vírus Ebola. Caso o paciente não esteja em condições físicas de ser transportado imediatamente, ele será estabilizado para que possa seguir viagem”, informou a coordenadora do Cievs, Marlene Lima.

Sintomas – De acordo com o infectologista Celso Tavares, apenas será considerado suspeito como infectado pelo Ebola, o paciente que tenha viajado nos últimos 21 dias para a Libéria, Guiné, Serra Leoa, Nigéria e que apresente febre, calafrios, dores musculares, mal estar, prostração e falta de apetite. “Caso esse paciente apresente esses sintomas e não tenha viajado para os pacientes em epidemia ou não tenha mantido contato com alguma vítima da doença, ele pode estar com dengue ou leptospirose, por exemplo”, informou.
Celso Tavares explicou, ainda, que as vítimas do Ebola desenvolvem náuseas e vômitos a partir do quinto dia de surgimento da doença e que podem ter hemorragias, delírios, além de entrar em coma e apresentar convulsões. “Como complicações decorrentes da doença, as vítimas do Ebola também podem ter perda da visão, da audição e, no caso das mulheres gestantes, ocorrer abortos espontâneos”.

A doença – Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o primeiro caso de Ebola foi registrado em seres humanos no ano de 1976, em Yambuku, na República Democrática do Congo, às margens do Rio Ebola. Desde então, mais de 20 surtos da doença já ocorreram em países da África Central e Ocidental.
A doença foi originada em chimpanzés, gorilas, antílopes e morcegos que se alimentam de frutas. A epidemia do Ebola, que já matou mais  2.400 pessoas na África Ocidental desde março, pode afetar 20 mil pessoas até ser contida, nos próximos seis a nove meses, segundo a OMS.